Aliados do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, avaliam que a aproximação do ex-ministro Aldo Rebelo, do PDT, e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), não amplia as alianças do pré-candidato à reeleição. Muito ao contrário, segundo eles, Aldo o leva ainda mais na direção do bolsonarismo e da extrema-direita.
Rebelo chegou na prefeitura para assumir o cargo de secretário de Relações Internacionais na Prefeitura de São Paulo, que era ocupado por Marta Suplicy, que, curiosamente retorna ao PT para ser vice de Boulos.
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Rebelo deverá compor o conselho político e a equipe de campanha de Nunes.
Segundo membros do Psol, o ex-ministro de Lula e antigo quadro do PCdoB se aproximou do bolsonarismo via militares nos últimos anos. Participou de eventos e projetos do instituto criado pelo general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército que tem ligação estreita com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Sua cartilha tem seguido afinada com os ditames do ex-presidente. E, entrevista recente afirmou que o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 não foi uma tentativa de golpe e a comparou à invasão da Câmara de Deputados por integrantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) em 2006, quando ele era presidente da casa.
Sua indicação para o cargo na prefeitura foi comemorada por Fabio Wajngarten, braço direito de Bolsonaro:
"Ele defende as nossas pautas, como direito à defesa, respeito à propriedade privada. Aldo traz musculatura numa eleição difícil e todo mundo que venha a somar com força é bem-vindo", afirmou.
Histórico de apoio a militares
Além disso, correligionários de Boulos lembram ainda que Rebelo tem um longo histórico de apoio a militantes de um grupo chamado Nova Resistência, que se instalou em seu partido, o PDT. O grupo se inspira no cientista político Aleksandr Dugin, guru do expansionismo da Rússia, e é classificado como de extrema direita.
A relação de Aldo com o grupo foi alvo de longa reportagem na coluna de Malu Gaspar, no Globo deste sábado (20). Carlos Lupi, presidente do partido, disse em 2022 que os expulsaria da sigla.
O deputado federal Baleia Rossi (SP), presidente do MDB e coordenador de campanha do prefeito, tenta se desvencilhar da ideia. Para ele, Aldo "reforça o sentido de que o prefeito é plural, democrático, e está trazendo para o governo pessoas que pensam diferente dele, mas que têm capacidade de entregar em favor de São Paulo. Esse movimento demonstra que o Ricardo Nunes, independentemente de ideologia, está trazendo as melhores cabeças para ajudar São Paulo, que é uma cidade plural".
Com informações do Painel, da Folha