Uma fala golpista do deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), durante uma sessão parlamentar conjunta realizada no Senado no final de 2022, que ficou conhecida pelos impropérios e insanidades ditas pelos representantes da extrema direita após a vitória nas urnas do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), viralizou nas redes nas últimas horas.
Jordy foi um dos alvos da 24ª etapa da Operação Lesa Pátria, levada a cabo pela Polícia Federal, por determinação do Supremo Tribunal Federal. Ele foi acordado logo cedo, em casa, pelos policiais e teve também seu gabinete na Câmara vasculhado no cumprimento de mandados de busca e apreensão.
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“As pessoas questionarem as urnas, isso é da democracia... Nós podemos questionar o resultado das urnas... Um dia, o ‘Xandaquistão’ já está sendo firmado como o novo estado de exceção no Brasil, mas nada disso estaria acontecendo se os ministros do STF não tivessem se intrometido no voto impresso... Nada disso estaria acontecendo, porque se tivéssemos perdido e soubéssemos que poderíamos fazer a auditoria das urnas, nós íamos falar ‘beleza, tranquilo, vida que segue’... Mas dessa forma, é óbvio que nós vamos questionar... Eu tenho certeza que lá no futuro, nós temos duas opções: entrar pra lata de lixo da história, ou fazer história... Eu não quero ser lembrado pela minha filha como alguém que entrou para a lata do lixo da história, eu vou lutar até o fim pela liberdade... E quando eu digo liberdade, não é a liberdade de conservadores, porque, eu juro pelo futuro da minha filha, se fosse até esses canalhas da esquerda que aplaudem essas porcarias que estão acontecendo, eu votaria com eles e os defenderia”, diz o bolsonarista na grotesca sessão realizada em 30 de novembro de 2022 no Senado da República.
O teor do discurso abertamente golpista de Jordy foi, segundo fontes próximas ao inquérito dos atos antidemocráticos, ponto fundamental para torná-lo um investigado no procedimento. O receio do deputado de extrema direita, dizem interlocutores do grupo político ultrarreacionário, é converter-se numa espécie de Daniel Silveira pós-bolsonarismo.
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Silveira, que também era deputado federal e dos mais fanáticos e violentos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teve o mandato cassado por seus pares após gravar um vídeo ameaçando e insultando de forma chula ministros do STF. Ele foi condenado a oito anos de prisão e, depois de entradas e saídas, segue encarcerado até hoje na penitenciária de Bangu, no Rio de Janeiro.
Veja o vídeo com a declaração: