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Jordy, alvo da PF, agitou golpe e assessor frequentava GSI e acampamento do QG

Deputado extremista mantinha engajamento dos golpistas, enquanto Tacimar Hoendel circulava entre criminosos que destruíram Brasília, e frequentava órgão chefiado por Heleno

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O deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), um dos alvos da 24ª etapa da Operação Lesa Pátria, desencadeada pela PF nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (18), no auge do golpismo instalado no governo anterior, agitava extremistas e permitia que um de seus principais assessores fosse à sede do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), dirigido à época pelo general Augusto Heleno e localizado dentro do Palácio do Planalto. O órgão foi peça central na gestação e operação da tentativa frustrada de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.

Frequentador do acampamento instalado na frente do Quartel-General do Exército, em Brasília, Tacimar Hoendel, secretário parlamentar de Jordy e seu principal assessor, teve sua presença confirmada no ajuntamento da extrema direita que congregava criminosos de todo o país para tentar impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Hoendel postou ameaças claras à democracia brasileira nas redes e já era conhecido da PF e do inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal e investiga os atos de banditismo dos bolsonaristas na capital da República.

“Se for preciso a gente acampa, mas o l@drãO [sic] não sobe a rampa”, publicou Hoendel nas redes sociais, uma hora depois de sair do GSI, acompanhado de um sujeito identificado como “Cabo Ivan Araújo”, que seria policial militar no Rio de Janeiro. De novembro a dezembro de 2022, o secretário parlamentar de Jordy era figura conhecida a confraternizar com golpistas no acampamento ilegal instalado na área militar do Comando do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília.

Num vídeo registrado no 2º andar do Palácio do Planalto, onde está localizado o GSI, no fim de 2022, Hoendel aparece em tom claramente ameaçador e golpista se dirigindo à bolha bolsonarista. “Infelizmente não posso falar as coisas que passam pela minha cabeça, senão vou acabar sendo preso. Mas vocês podem ter certeza: bandido nenhum vai subir essa rampa”, diz o assessor do deputado que foi alvo de mandados de busca e apreensão hoje.

Jordy, por sua vez, foi um dos participantes de uma “sessão” inequivocamente golpista convocada para ser realizada dentro do Senado Federal, em 30 de novembro de 2022, na qual inúmeros parlamentares bradaram por várias horas as maluquices criminosas do bolsonarismo bufo, clamando pela não diplomação de Lula, o vencedor legítimo da eleição. Inúmeros participantes desse ato passaram, após o 8 de janeiro, a serem investigados por participação na bandalheira que devastou as sedes dos Três Poderes em Brasília no começo do ano seguinte.