VIROU PIADA

Desempregado, Dallagnol agora diz que é jornalista

Ex-procurador, que teve uma carreira de apenas 6 meses como deputado até ser cassado, vira piada nas redes após anunciar "nova profissão"

O ex-deputado Deltan Dallagnol.Créditos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Escrito en POLÍTICA el

O ex-procurador Deltan Dallagnol, que teve uma carreira relâmpago de deputado federal - menos de 6 meses - até ser cassado, em junho de 2023, vem tentando novas áreas de atuação. 

Nesta quinta-feira (18), ao comentar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) contra o deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), o ex-xerife da Lava Jato revelou que agora é "jornalista"

"Acabei de ter acesso, como jornalista, à decisão de apenas 21 páginas de Alexandre de Moraes que decretou buscas e apreensões contra o deputado Carlos Jordy", disparou Dallagnol. 

A declaração virou motivo de piada nas redes sociais, com inúmeros internautas, nos comentários, questionando a "nova profissão" do ex-procurador. 

O jornalista Renato Souza, que atua em Brasília, por exemplo, reagiu: "Como o que? Acho que estou lendo errado... Fazer comentários com base em perspectiva exclusivamente pessoal, sem base teórica, não torna ninguém jornalista. Bizarrices que a decisão do STF produz". 

Confira: 

Reprodução

Dallagnol é formado em Direito e possui mestrado na mesma área. Não há, em seu currículo, menção a formação como jornalista. No site da Câmara dos Deputados, entretanto, constam em sua biografia as profissões de  "advogado; professor; jornalista". 

Sem mandato e sem cargo no Ministério Público, atualmente Dallagnol escreve colunas para o site de ultradireita Gazeta do Povo. 

Carlos Jordy: investigado pela PF mantinha contato com golpista foragido

O deputado federal bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), um dos alvos da 24ª etapa da Operação Lesa Pátria, conduzida pela PF por determinação do Supremo Tribunal Federal, mantinha contato com um radical de extrema direita perigoso enquanto ele estava foragido após uma ordem de prisão ter sido expedida pela Justiça no âmbito dos inquéritos que investigam os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.

O despacho do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou os mandados de busca e apreensão, os investigadores da Polícia Federal salientam que Jordy mantinha estreitíssima relação com Carlos Victor de Carvalho, um radical de Campos dos Goytacazes (RJ) suspeito de envolvimento em vários atos golpistas, inclusive os de 8 de janeiro, e que também administrava 15 grupos de WhatsApp de extrema direita dando diretrizes para as ações criminosas que pretendiam culminar com um golpe de Estado no país.

Carvalho tinha um mandando de prisão expedido pelo STF e mantinha-se foragido da Justiça semanas após os ataques em Brasília, enquanto trocava mensagens com o parlamentar extremista alvo da PF esta manhã. Para as autoridades, o que se espera de um deputado, que é um agente público, é que ao tomar conhecimento do paradeiro de um suspeito de crime, comunique imediatamente a polícia.

“Fato que contribui com a sustentação da linha investigação de participação do parlamentar, é que no dia 17/01/2023, quando CVC encontrava-se foragido, CARLOS JORDY faz contato telefônico com aquele. Sendo que, como parlamentar, representante da população brasileira, ao tomar conhecimento do destino do foragido seu dever como agente público seria comunicar imediatamente a autoridade policial”, diz o documento assinado por Moraes.

Ainda segundo o despacho, Carvalho fazia consultas a Jordy sobre como agir em suas condutas criminosas e golpistas. Ele é um dos acusados de promover bloqueios de rodovias no estado do Rio de Janeiro e, na data de um desses atos ilegais, comunicou-se com o deputado federal bolsonarista “para pedir orientação”.

“Entretanto, o que esta autoridade policial julga mais grave, é que o vínculo entre o parlamentar e o apoiador não seja apenas para fins políticos partidários, mas também com a intenção de ordenar a prática de crimes contra o Estado de Direito. Tal linha investigativa foi levantada, quando CARLOS VICTOR, no dia 01/11/2022, remete uma mensagem ao parlamentar”, assinala o texto.