LESA PÁTRIA

Carlos Bolsonaro, que já aconselhou Jordy a "cheirar menos", se solidariza com deputado, alvo da PF

De forma terna, filho "02" de Bolsonaro concordou com discurso de Jordy, que falou em "ditadura" na ação. Em 2022, no entanto, os dois xarás trocaram farpas nas redes sociais.

Jair Bolsonaro entre o filho, Carlos, e o deputado Jordy no avião presidencial.Créditos: Reprodução / Rede X
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Reclamando de ter sido acordo com "fuzil na cara" na operação desencadeada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (18), Carlos Jordy (PL) recebeu a solidariedade do xará do clã Bolsonaro nas redes sociais.

"Ouvi o exposto pelo deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ). Seguindo sua linha de exposição mais uma vez ignora-se solenemente a Constituição e deflagra-se mais um capítulo do rumo assombroso para onde caminha o Brasil. Minha solidariedade à você, sua esposa e filhinha", diz, de forma terna, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), após Jordy falar em "ditadura" na ação da PF.

A ternura, no entanto, não é a maneira mais frequente em que os dois Carlos se tratam nas redes sociais. 

Sob a sombra de defender o pai, Jair Bolsonaro (PL), de quaisquer traição, o filho "02" colocou fogo no parquinho em um bate-boca com o xará, a quem chegou a acusar de ser usuário de cocaína, em janeiro de 2022.

O ataque de Carlos aconteceu após Jordy publicou trecho de seu discurso no "Congresso Politicamente Incorreto", realizado em Niterói (RJ). No vídeo, o bolsonarista prega o "impeachment de ao menos um ministro" do Supremo Tribunal Federal (STF) para "acabar com essa patifaria toda de prender deputado" e saúda a chegada de Daniel Silveira (PSL-RJ), que foi preso após ataques a Alexandre de Moraes.

"Esse é o símbolo de liberdade", afirmou Jordy, dando abraços e beijos no colega que assume o microfone e faz piadinhas sobre a própria prisão.

A publicação revoltou o filho de Jair Bolsonaro: "Ainda tenho que ouvir isso? Pqp! É inacreditável? Não! Sei exatamente como esses agem", comentou na publicação.

Na tréplica, Jordy trucou sobre o "xará": "Então você não considera importante que seu pai tenha mais deputados e senadores aliados para não ficarmos mais reféns do presidencialismo de coalizão? Não entendi sua crítica. Então agora, desde 2016 ao lado do seu pai, sou traidor? Era só o q me faltava, xará".

O bate-boca inflamou a horda comandada pelo filho de Bolsonaro. Um dos seguidores atacou o deputado dizendo que ele "participou de um congresso dos tais conservadores que descem a lenha no PR e trabalha contra a eleição dele com as tais críticas construtivas, que não passam de um método pra minar, desgastar e sabotar o Gov do Bolsonaro".

No dia seguinte, em 3 de janeiro, Carlos Bolsonaro baixou ainda mais o nível, ao comentar sobre Renan Leal - irmão de Jordy -, que culpou o ex-presidente pela derrota na disputa a uma vaga na Câmara Municipal de Niterói.

"JMB (sigla do nome completo do presidente) perdeu as eleições municipais, e provavelmente a de 2022 quando achou que era maior que o próprio projeto", publicou.

"Aí, amigão (irmão do Jordy) acho que não é bem assim não! Na hora de tirar foto você foi lá e agora isso! Lamentável!", rebateu o "02".

Carlos Bolsonaro, então, voltou sua ira para Jordy: "O foco é e sempre foi claro, responsabilizar Bolsonaro por tudo, assim como o irmão de fulano fez quando perdeu a eleição de vereador em Niteró", escreveu.

Em seguida, o vereador sugeriu aos colegas a quem acusava de traidores que cheirassem menos.

"É cristalino que há uma tentativa de se criar um grupo usando a imagem de um e se fazendo de idiota para tirar crédito e obter exito! Sugiro cheirarem menos, serem mais gratos e não sujos. Principalmente aqueles que nada são sem a imagem dos que “criticam construtivamente”.