BOLSONARISMO

Gleisi enquadra Michelle Bolsonaro por ataque contra mulheres progressistas nas redes

Presidenta nacional do PT presta solidariedade a Elenira Vilela, de Florianópolis, e Karina Santos, do Recife, após ataques orquestrados por ex-primeira-dama

Créditos: Agência Senado/Marcos Oliveira
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A deputada federal Gleisi Hoffman (PT-PR), presidenta nacional do PT, criticou a atitude de Michelle Bolsonaro ao incitar os seguidores bolsonaristas nas redes sociais a atacarem duas mulheres progressistas.

"Michele Bolsonaro, que gosta de se fazer de santa, incitou nas redes sociais violenta campanha de perseguição contra as companheiras Elenira Vilela, de Florianópolis, e Karina Santos, do Recife. Usa os métodos covardes do bolsonarismo, ameaças, falsificações e fakenews para tentar calar mulheres petistas. Toda solidariedade às companheiras", escreveu a parlamentar.

Apito de cachorro de Michelle

A influenciadora de esquerda Karina Santos foi atacada e ameaçada por bolsonaristas nas redes sociais incitados pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

A jovem, natural de Recife (PE), foi exposta por Michelle pelo fato de ter publicado um meme que retrata a ex-primeira-dama e seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro, presos. 

Em resposta, a ex-primeira-dama escreveu nas redes sociais:

"Terrivelmente petista. Como uma boa comunista-caviar, ama um dinheirinho?", escreveu Michelle em um storie de seu Instagram, expondo a foto e a conta de Karina na rede X (antigo Twitter).  

A publicação da ex-primeira-dama serviu como um sinal para que bolsonaristas passassem a promover ataques em massa contra a influenciadora.

Através de mensagens privadas e publicações, os radicais ofenderam Karina com palavras de baixo calão, praticaram xenofobia e chegaram a ameaçar a influenciadora de morte. 

Karina, então, denunciou o caso à Polícia Civil de Pernambuco, que na última quarta-feira (10) abriu um inquérito para investigar os ataques e ameaças. Segundo a influenciadora, os policiais já identificaram boa parte dos detratores. 

A jovem conta, ainda, que após anunciar que denunciou o caso à polícia, parte dos detratores a procurou tentando retirar as ofensas, com medo das consequências civis e criminais. Karina, entretanto, avisou: "Desculpas não serão aceitas". 

Manipulação bolsonarista

No caso de Elenira Vilela, coordenadora do Sindicato Nacional dos servidores da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica (Sinafese), de Florianópolis (SC), ela foi alvo de uma manipulação bolsonarista que distorceu a fala dela durante participação no Programa Outubro do canal do Youtube do veículo OperaMundi, no dia 22 de dezembro de 2023.

Ela foi informada no dia 11 de janeiro que o perfil verificado na rede social X, identificado como Luiz Cláudio (@luizcl_souza) publicou um recorte manipulado de uma análise que ela fez durante a live com a seguinte legenda: "A militante de esquerda Elenira Vilela sugere o assassinato de Michelle Bolsonaro".

No dia 12 de janeiro ela emitiu uma nota de esclarecimento na qual esclarece que "o debate que faço é em tom de análise crítica de todo o processo" e denunciando a manipulação feita por bolsonaristas e propagada em veículos simpáticos à extrema direita fascista.

"A frase completa dita por mim e recortada, jamais sugeriu o assassinato de ninguém, a frase completa é 'Ela [Michelle Bolsonaro] é uma carta chave. E se a gente não arrumar um jeito de destruir ela politicamente e, quiçá, de outras formas, jurídica, por exemplo, comprovando os crimes e tornando ela também inelegível, nós vamos arrumar um problema pra cabeça'”, afirma Elenira.

"Novo Adélio Bispo"

Mesmo depois de Elenira ter esclarecido a manipulação da mensagem por um bolsonarista, o PL, partido comandado por Valdemar da Costa Neto que deu guarida a Jair Bolsonaro, divulgou uma nota incitando ainda mais os ataques à educadora.

Na nota divulgada após o comunicado da sindicalista, o PL embarca na narrativa divulgada nas redes, dizendo que houve "grave ameaça à integridade física, moral e reputacional" da ex-primeira-dama.

O texto, que é assinado pela "assessoria de comunicação do PL Mulher", entidade presidida por Michelle, ainda fala em um novo Adélio Bispo, buscando relacionar o caso da facada em Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018.

"A ameaça se torna plausível e exequível, em especial, em um contexto no qual o marido da sra. Michelle, o ex-Presidente Jair Bolsonaro, já foi vítima de uma tentativa de homicídio quando um militante de esquerda, ex-filiado ao Psol, atentou contra a sua vida. Estariam eles mandando recados para despertar um novo “Adélio Bispo”?", indaga a nota.