O ex-juiz Sergio Moro (UB-PR), que deixou a magistratura para se tornar ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro e que atualmente exerce mandato de senador - com o risco de ser cassado em processo que tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) -, tentou se comparar a Ricardo Lewandowski, que assumirá o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) do governo Lula, com uma associação bizarra.
Na quinta-feira (11), logo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar que Lewandowski assumirá o cargo de ministro da Justiça, Moro comparou essa nomeação ao momento em que foi indicado por Bolsonaro para liderar a pasta em 2019. Naquela ocasião, o ex-magistrado foi acusado de suspeição pela oposição, pois aceitou se tornar ministro de um governo que alcançou o poder em parte devido à sua atuação como juiz, ao impedir o candidato Lula, com maiores chances de vitória, de concorrer nas eleições.
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"Fica então entendido que aceitar cargo em Ministério não é e nunca deveria ter sido causa de suspeição", escreveu Moro.
A tentativa de se autopromover usando a indicação de Lewandowski à Justiça, entretanto, não deu certo. Nos comentários da publicação, a maior parte dos internautas destaca que a comparação feita por Moro é totalmente descabida, relembrando os escândalos que pesam em sua carreira política e como juiz.
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Confira a postagem e as reações
Quem é Ricardo Lewandowski
Ricardo Lewandowski, nascido no Rio de Janeiro, iniciou sua carreira no Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2006, sendo indicado durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua trajetória inclui presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2010 a 2012, sucedida pela presidência do STF de 2014 a 2016.
Antes de sua notável atuação no judiciário, Lewandowski graduou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, concluindo o curso em 1971. Em seguida, obteve o título de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, graduando-se em 1973. Sua sólida formação acadêmica culminou nos títulos de mestre, doutor e livre-docente em Direito pela renomada Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde desempenha a função de professor titular de Teoria Geral do Estado.
No período de 1974 a 1990, o ministro atuou como advogado, desempenhando papéis essenciais na secretaria de Governo e de Assuntos Jurídicos de São Bernardo do Campo (1984 a 1988) e presidindo a Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo S/A (Emplasa) de 1988 a 1989.
A transição para a magistratura ocorreu em 1990, quando ingressou pelo Quinto Constitucional como juiz no antigo Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, permanecendo na função até 1997. Posteriormente, foi promovido a desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Finalmente, em 2006, atingiu o ponto mais alto de sua carreira ao assumir a posição de ministro do STF.