Após a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), vir a público e apontar a participação de uma série de militares do Alto Comando nas tramas golpistas do ex-presidente, o ministro José Múcio, da Defesa, saiu em defesa das Forças Armadas nesta quinta-feira (21).
De acordo com a delação, os oficiais teriam se reunido com Bolsonaro para discutir detalhes de uma minuta golpista – o plano era sabotar a posse de Lula (PT) em primeiro de janeiro. Ao comentar as revelações, Múcio alega que o Alto Comando foi trocado e que a sanha golpista registrada na delação teria se tratado de atitudes individuais. O ministro pediu que a imprensa e a sociedade brasileira como um todo separem “culpados” de “suspeitos” e ajudem a diminuir o "clima de suspeição" que estaria posto sobre as Forças Armadas.
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“Devemos ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica a manutenção da nossa democracia. A aura de suspeição coletiva nos incomoda, mas as informações que saíram hoje são relativas a comandantes passados. Não mexe com ninguém que está na ativa. Ficamos sempre torcendo que essas coisas tenham fim, é ruim trabalhar num manto de suspeição. Quem não tem nada a ver com isso se sente incomodado. De uma coisa tenho certeza cristalina: o golpe não interessou em momento nenhum às Forças Armadas. São atitudes isoladas”, declarou.
O ministro também defendeu a identificação e punição dos militares envolvidos na trama golpista, justamente para diminuir o clima de suspeição que pesa sobre as Forças Armadas após 4 anos de um desastroso governo Bolsonaro e das tentativas de golpe, entre elas a de 8 de janeiro. Múcio também revelou que pretende se reunir ainda nesta semana com os comandantes das Forças para debater a questão.