Trechos de um relatório produzido pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), em conjunto com a Receita Federal, vazado à imprensa nesta quinta-feira (21), elaborado a pedido da CPMI do 8 de Janeiro, mostram que um pequeno grupo de militares diretamente ligados ao círculo de convívio mais íntimo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) movimentou o estrondoso montante de R$ 26 milhões entre 2020 e 2022. Os valores são totalmente incompatíveis com os salários recebidos por esses servidores.
Entre os nomes que aparecem na lista estão o do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que movimentou no período o equivalente a R$ 13,5 milhões, algo incompatível em absoluto com sua renda mensal de R$ 17 mil. O pai dele, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, fez transferências de R$ 4 milhões nesse período de pouco mais de dois anos, cifra muito expressiva para quem recebe R$ 27 mil de aposentadoria.
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Um outro caso que impressiona é o do sargento Luis Marcos dos Reis, um dos ajudantes de ordem mais próximos do líder extremista, que recebendo apenas R$ 7 mil de salário conseguiu movimentar R$ 5 milhões entre 2020 e 2022. No caso desses três fardados, eles constam como investigados no inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento no esquema da venda de joias desviadas da Presidência da República para serem vendidas nos EUA, que depois teriam os valores angariados na venda revertidos para o antigo mandatário de extrema direita.
Em relação aos R$ 3,5 milhões restantes, os nomes dos militares próximos de Bolsonaro que fizeram as movimentações não foram revelados à imprensa, mas seguem nas mãos dos integrantes da CMPI que transcorre no Congresso Nacional.