ORCRIM BOLSONARISTA

Heleno e Ramos dirão que foram trocados pelo Centrão para se safarem da delação de Cid

Figuras-chaves no ex-governo, os dois generais devem apontar o dedo para o colega de farda Braga Netto, dizendo que só ele teria ficado próximo a Bolsonaro a ponto de ser escolhido como candidato a vice em 2022.

Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos entre os ministros de Bolsonaro no hasteamento da bandeira.Créditos: Presidência da República
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Desaparecidos em meio à avalanche de investigações sobre crimes cometidos por Jair Bolsonaro (PL), que atinge em cheio o Exército, dois generais-chaves no governo já preparam as desculpas caso o tenente coronel Mauro Cid revele a evidente cumplicidade deles com o ex-presidente.

Generais da reserva, Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos comandaram o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Secretaria-Geral da Presidência, instituições que servem diretamente ao presidente.

Junto a Walter Braga Netto e Eduardo Pazuello, os dois militares levaram as Forças Armadas para o centro do governo Bolsonaro e agora buscam desculpas esfarrapadas para se livrarem de quaisquer acusações que os envolvam.

Segundo Bela Megale, no jornal O Globo, nos bastidores Heleno e Ramos já estariam se antecipando ao envolvimento na delação de Cid.

Caso sejam citados - e muito provavelmente serão - pelo ex-ajudante de ordens, os dois generais mostrarão ressentimento e dirão que foram trocados no governo por figuras do chamado Centrão, que deram sustentação aos projetos e blidaram os pedidos de impeachment de Bolsonaro na Câmara e no Senado.

Heleno e Ramos têm dito que foram escanteados por Bolsonaro diante do protagonismo de figuras como Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil, e Arthur Lira (PP-AL) que até hoje preside a Câmara dos Deputados.

Os militares ainda devem apontar o dedo para Braga Netto, dizendo que ele seguiu próximo a Bolsonaro - e que por esse motivo foi escolhido como candidato a vice em 2022.