A expectativa em torno da delação premiada do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, tem provocado um misto de ansiedade e pânico na cúpula militar, especialmente entre generais da caserna que serviram no governo do ex-presidente.
Já é certo que Cid vai entregar ao menos quatro generais que ocupavam ministérios no governo Bolsonaro: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); Walter Braga Netto (Casa Civil, Defesa e vice na chapa em 2022); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral da Presidência); e Eduardo Pazuello (Saúde, atualmente deputado federal pelo PL-RJ).
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A ansiedade nas Forças Armadas, no entanto, se dá pela possibilidade de Cid envolver militares da ativa, entre eles o ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que teria escalado subordinados na pasta para auxiliar o "hacker" Walter Delgatti no documento que contesta o sistema de votação pelas urnas eletrônicas.
Como ajudante de ordens, Cid fazia a ponte de Bolsonaro com todos os ministros, incluindo Anderson Torres, da Justiça, pivô da minuta golpista.
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Em sua delação, o tenente coronel se comprometeu a falar tudo o que sabe sobre a minuta golpista, o que pode implicar ainda mais militares.
Pelo documento, após o golpe e a instalação de um "Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral", comandado por Alexandre de Moraes, seria formada uma “Comissão de Regularidade Eleitoral” com 8 dos 17 representantes nomeados pelo ministro Paulo Sergio Nogueira, da Defesa.
A junta seria responsável por reverter o resultado das urnas e garantir a manutenção de Bolsonaro no poder.