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O que Cid pode delatar dos filhos de Bolsonaro; veja lista

Integrantes do PL acreditam que militar pode entregar esquema inteiro da família do ex-presidente

O que Cid pode delatar dos filhos de Bolsonaro; veja lista.Créditos: Reprodução redes sociais
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Integrantes do Partido Liberal (PL) acreditam que a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro (PL), deve atingir diretamente o ex-mandatário e seus filhos, especialmente o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

O senador Flávio Bolsonaro, apontado como aquele que mais pode ser prejudicado com a delação de Mauro Cid, é conhecido pelo escândalo das "rachadinhas" e por ter participado de diversas decisões do governo de seu pai.

De acordo com a jornalista Bela Megale, Flávio Bolsonaro teve participação decisiva na escolha de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República e na indicação de Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Além de Flávio Bolsonaro, outro filho de Bolsonaro que pode ter sido delatado por Mauro Cid é o 04, Jair Renan, investigado por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e tráfico de influência. Renan foi alvo de operação da Polícia Civil do DF em agosto deste ano.

Como ex-ajudante de obras de Jair Bolsonaro, Mauro Cid era o homem de confiança e pode ter tido acesso a uma série de esquemas da família Bolsonaro que já estão na mira das autoridades.

Confira abaixo a lista com os esquemas dos filhos de Bolsonaro que podem ser delatados por Mauro Cid:

Flávio Bolsonaro - "01"

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro, já foi alvo de investigação no caso que ficou nacionalmente conhecido como o "escândalo das rachadinhas".

Flávio foi investigado por supostos desvios de seu gabinete quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do RJ.

No final de 2021, o Superior Tribunal de Justiça anulou as decisões tomadas pela Justiça fluminense e encerrou a investigação das "rachadinhas".

O Ministério Público Estadual do RJ apresentou novo recurso para que a investigação contra Flávio Bolsonaro fosse retomada.

Carlos Bolsonaro - “02”

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), o "02", é alvo de dois procedimentos do Ministério do Rio, protocolados em 2019, para investigar o uso de funcionários fantasmas e o esquema de "rachadinha" em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.

Uma reportagem da revista "Época" serviu de base para a denúncia. A publicação mostrava que "02" empregou sete parentes da sua ex-madrasta Ana Cristina Valle, mãe de seu irmão Jair Renan.

A investigação da denúncia foi realizada pelo Laboratório de Tecnologia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro do MP. Dessa maneira, 27 pessoas foram investigadas, mais cinco empresas ligadas a Carlos Bolsonaro.

De acordo com a investigação, Jorge Luiz Fernandes usou contas pessoais para pagar despesas pessoais de Carlos, mas ainda apura se os pagamentos foram eventuais ou regulares.

Além disso, o Ministério Público tenta descobrir se Carlos Bolsonaro foi beneficiado pelo desvio de salários de seis servidores de seu gabinete.

Eduardo Bolsonaro - “03”

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o "03", já foi alvo de apuração preliminar da Procuradoria-Geral da República sobre pagamentos em dinheiro vivo para a compra de dois imóveis na Zona Sul do Rio de Janeiro entre 2011 e 2016.

Porém, o caso foi arquivado pela PGR. Mas, levantamento feito pelo jornal O Globo, revelou que o esquema envolveu duas transações de R$ 150 mil, que foram quitadas em espécie pelo deputado. As informações das transações constam das escrituras públicas desses imóveis, disponíveis em dois cartórios do Rio.

Jair Renan - “04”

Jair Renan, o "04", foi alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal em agosto deste ano. Renan é apontado como integrante de um grupo suspeito de ter praticado os crimes de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

A Polícia Civil cumpriu dois mandados de busca e apreensão nos endereços ligados a Renan, em Santa Catarina, e outro no Sudoeste, área nobre de Brasília.

De acordo com as investigações, o grupo atuava através de um laranja e de empresas fantasmas que eram utilizadas por Maciel Carvalho e seus parceiros.