O jornalista Merval Pereira publicou nesta terça-feira (12) um artigo no qual critica a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que anulou todas as provas levantadas contra a Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato.
Além disso, em sua decisão, o ministro Dias Toffoli classificou a prisão do presidente Lula (PT) como o "possível maior erro do judiciário brasileiro". Para Merval, o magistrado se move conforme o Zeitgeist (espírito do tempo), insinuando que, com a eleição de Lula à presidência da República no pleito de 2022, o ministro da Suprema Corte mudou de opinião e voto.
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Ao término do texto, Merval Pereira insinua que a inelegibilidade de Bolsonaro pode cair, caso o espírito do tempo mude.
"Chorem os cúmplices da Lava Jato"
A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou as redes sociais para dar uma resposta contundente ao jornalista Merval Pereira. Para Gleisi, "Merval Pereira puxa a fila dos inconformados com a decisão do STF".
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"Merval Pereira puxa a fila dos inconformados com a decisão do STF que sepultou de vez a farsa da Lava Jato, com suas provas falsas e acordos forjados, abrindo caminho para a responsabilização criminal dos agentes de estado envolvidos e seus cúmplices", afirma Gleisi.
Em seguida, Gleisi Hoffmann faz uma série de questionamentos para Merval. "Pergunto a Merval: alguma decisão judicial vai devolver a Lula os 580 dias de liberdade que lhe foram roubados por uma prisão ilegal? Vai devolver o que foi roubado a 2 milhões de trabalhadores condenados ao desemprego pelas sentenças de Sergio Moro? Vai devolver o espaço que o Brasil havia conquistado no mercado global de serviços de engenharia, petróleo e gás? Vai devolver os mais de R$ 20 bilhões que a Petrobras perdeu em ações nos EUA, quatro vezes mais do que a Lava Jato diz ter recuperado?", questiona.
Posteriormente, Gleisi desmonta o texto de Merval. "Teratológica (sinônimo de monstruosa) foi a perseguição a Lula, o grampo clandestino, a denúncia armada por Moro com a turma do Deltan, o cerceamento da defesa, a sentença parcial num juízo incompetente, a prisão ilegal do maior líder político e popular do Brasil".
"O Zeitgeist (o espírito do tempo, em alemão) é mesmo outro. Agora as decisões do STF não estão sendo ditadas pelos colunistas da mídia, pelos vazamentos da Lava Jato ameaçando ministros, pelos tuítes do comandante do Exército, pela gritaria dos lavajatistas no Jornal Nacional", indaga.
Por fim, Gleisi Hoffmann ironiza Merval Pereira e outros saudosos da Lava Jato. "Que chorem os cúmplices da Lava Jato: a história está sendo reescrita sim, pelos fatos, pela verdade e pela Justiça".