GOLPISTA

Joias: Temer defende Bolsonaro e Forças Armadas e ironiza golpe contra Dilma

Em tom presunçoso, do alto de sua montanha de vaidade, Temer usou uma justificativa esdrúxula sobre o caso das joias e disse que não "acha útil" a prisão de Bolsonaro.

Michel Temer e Jair Bolsonaro com oficiais da Marinha.Créditos: Alan Santos/PR
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Em tom presunçoso, do alto de sua montanha de vaidade, o ex-presidente Michel Temer (MDB) saiu das catacumbas e em longa entrevista à Veja saiu em defesa de Jair Bolsonaro (PL) nas investigações sobre a OrCrim das joias, blindou as Forças Armadas - que serviram como linha auxiliar de sua ascensão à Presidência - e ironizou o golpe contra Dilma Rousseff (PT).

Após se gabar das medalhas recebidas durante sua gestão, Temer minimizou a investigação da Polícia Federal contra Bolsonaro.

"Bolsonaro partiu da concepção de que são objetos pessoais. Em sendo pessoais, poderia ficar com eles ou vendê-los", afirmou, ignorando o tráfico das joias para serem vendidas nos EUA.

Temer ainda afirmou que não "acha útil" a prisão do ex-presidente que, segundo ele, poderia "produzir efeitos negativos".

"Não digo se convém (a prisão) ou não. Eu não acho útil. Ao prender um ex-presidente, em vez de produzir efeitos negativos, você o vitimiza. Não é útil para o país. Temos no Brasil uma radicalização de ambos os lados. São palavras, gestos, momentos que levam a nação a uma intranquilidade", afirmou, se colocando como bastião da "mediação" política no país.

Em seguida, o golpista afirmou que as Forças Armadas "têm noção de nacionalidade e cidadania extraordinária" ao ser indagado sobre militares de alta patente investigados juntamente com Bolsonaro pela PF.

"Não creio que estejam preocupados. Eles têm noção de nacionalidade e cidadania extraordinária. São cumpridores do texto constitucional. Quando alguém desvia desse texto, eles não apoiam. Vejo que há notícias que podem preocupá-los, mas individualmente (quem é investigado), não corporativamente".

Por fim, Temer disse "lamentar" a decisão da Justiça que absolveu Dilma Rousseff sobre a propalada "pedalada fiscal", que motivou o impeachment e depois foi revertida em um dos primeiros atos quando o medebista tomou o poder.

Destilando ironia, Temer atacou a versão de Lula e de grande parcela da população que viu o processo como um golpe contra a ex-presidenta, que já teria sido "recompensada" por Lula.

"Ela já foi recompensada, ele a mandou para chefiar o banco do Brics. Lamento que o presidente e outros façam uma revisão verbal, que mencionem que ela não praticou tal ato. Isso é para produzir a tese do golpe, que não foi golpe coisa nenhuma. O impeachment, se foi golpe, foi de sorte", disse.