GOLPISTA, SIM

VÍDEO: O dia em que Michel Temer chamou o golpe de... golpe

Classificado como "golpista" por Lula, Temer reagiu de forma irônica. Mas, ele mesmo classificou o impeachment de Dilma como golpe mais de uma vez em entrevista em 2019.

Sergio Moro cumprimenta Michel Temer em cerimônia do Exército em 2017.Créditos: Foto: Marcos Corrêa/PR
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Irritado por ter sido classificado como golpista pelo presidente Lula, Michel Temer nem sempre se importou com a alcunha e já chegou a admitir que o golpe contra Dilma Rousseff (PT) em 2016, tramado junto a militares e ao então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PTB), foi golpe.

Em encontro com o presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle Pou, em Montevidéu, Lula chamou Temer de golpista com todas as letras.

"Eu herdei, Lacalle, um país semidestruído. Quase tudo que nós fizemos de benefício social no meu país, em 13 anos, foi destruído em seis anos, ou melhor, em sete anos: três do golpista Michel Temer e quatro do governo Bolsonaro", declarou Lula. 

Temer não gostou de ser chamado de "golpista" e usou as redes sociais para responder Lula. Em uma série de tuites, Temer ataca o presidente do Brasil e debocha do golpe contra ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). 

"Mesmo tendo vencido as eleições para cuidar do futuro do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor, agora tentando reescrever a história por meio de narrativas ideológicas", inicia Temer.  

Após enumerar uma série de números econômicos que, segundo Temer, foram alcançados em sua gestão, o ex-presidente afirma que, ter derrubado Dilma Rousseff foi um "golpe de sorte para o Brasil". "Cometi a destruição de elevar o recorde na produção de grãos, nas exportações e na balança comercial. Como se vê, com a nossa chegada ao governo o Brasil não sofreu um golpe institucional, foi sim “vítima” de um Golpe de Sorte", ironiza. 

Golpe foi golpe

No entanto, em entrevista ao Roda Viva no dia 16 de setembro de 2019, chegou a classificar o "impeachment" de Dilma como golpe por mais de uma vez.

“Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe", disse o emedebista, que assumiu a presidência após a queda de Dilma em 2016. Em sua explanação, Temer não se preocupou em usar o termo "golpe", algo que nunca tinha feito, e ainda revelou que tentou impedir o avanço do processo do impeachment após um telefonema do ex-presidente Lula.