Jair Bolsonaro, apontado como o mentor dos atos terroristas de seus apoiadores radicais que tentaram, sem sucesso, encampar um golpe de Estado, vestiu a carapuça e tomou as dores de Michel Temer após o emedebista ser chamado de golpista pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante sua passagem pelo Uruguai nesta quarta-feira (25), Lula usou o termo para se referir a Temer, que assumiu o poder em 2016 após o processo fraudulento de impeachment contra a ex-presidenta Dilma Rousseff. "Eu herdei um país semidestruído. Quase tudo que nós fizemos de benefício social no meu país, em 13 anos, foi destruído em seis anos, ou melhor, em sete anos: três do golpista Michel Temer e quatro do governo Bolsonaro", declarou o mandatário. Um dia antes, na Argentina, Lula já havia se referido a Temer como golpista.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Bolsonaro, que está nos EUA desde que fugiu do Brasil, em 30 de dezembro de 2022, então, entrou em contato com Temer e prestou "solidariedade" àquele que atuou como seu conselheiro nos momentos de crise de seu mandato.
Temer, por sua vez, reagiu à declaração de Lula com uma nota publicada nas redes sociais, debochando do impeachment de Dilma e afirmando que o que houve naquela ocasião no país, na verdade, foi um "golpe de sorte".