Chefe da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, o general Carlos Feitosa Rodrigues atuou na preparação da viagem de Lula para Araraquara, no interior de São Paulo, no fatídico dia 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores radicais de Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Solicito enviar escalão avançado para preparar atividade do senhor Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no evento ‘Apoio à situação das enchentes em Araraquara’, a realizar-se no dia 08/01/2023, em Araraquara/SP”, diz o email recebido por Feitosa e encaminhado ao Departamento de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial Militar nove minutos depois, segundo reportagem de Paulo Cappelli, no Metrópoles.
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O general é apontado em inquérito militar como um dos responsáveis pelo esvaziamento de tropas na segurança do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro e aparece em imagens das câmeras de segurança retirando de forma tranquila os bolsonaristas da antessala da Presidência.
Em ofício "urgente" enviado no dia 26 de julho de 2021 ao "chefe de gabinete do ministro da Defesa", pasta comandada por José Múcio, o Exército Brasileiro cita o Departamento de Segurança Presidencial, chefiada à época pelo coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, como responsável "pelo planejamento das ações de segurança dos palácios presidenciais", podendo solicitar ao Comando do Planalto por meio da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que estava sob o comando do general Carlos Feitosa Rodrigues, "de 1 (um) pelotão a 1 (um) batalhão, para ser empregado sob controle operacional do GSI/PR".
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"No dia 8 de janeiro de 2023, atendendo à solicitação do GSI/PR, a tropa em reforço à segurança do Palácio do Planalto, no valor de 1 (um) pelotão de choque, pertencia ao Batalhão da Guarda Presidencial e era composta por 30 (trinta) militares", diz o texto, ressaltando o pequeno efetivo solicitado para a segurança.
Os dois órgãos funcionam sob o comando do Gabinete de Segurança Institucional, que no dia 8 de janeiro já estava sob a liderança do general Gonçalves Dias, o G. Dias. No entanto, tanto Feitosa, quanto Silva Júnior, foram alçados por Augusto Heleno aos cargos. Eles foram exonerados no final de janeiro.