BOLSONARISMO

Tarcísio quer dar anistia a multados por não usar máscara na pandemia para beneficiar Bolsonaro

Além do ex-presidente, que deve quase R$ 1 milhão em multas, medida vai beneficiar o filho dele, Eduardo Bolsonaro . Proposta faz parte do pacote de reaproximação de Tarcísio com bolsonaristas radicais.

Jair Bolsonaro em encontro com Tarcísio Gomes de Freitas e Ricardo Nunes, com a presença de Fabio Wajngarten.Créditos: Twitter / Fabio Wajngarten
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Em meio à reaproximação com o ex-chefe após bate-boca público durante a votação da Reforma Tributária na Câmara, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), quer conceder anistia a todos os multados por não usar máscara de proteção facial durante a pandemia, beneficiando diretamente Jair Bolsonaro (PL) com quem se encontrou nesta segunda-feira (7).

Caso Tarcísio consiga apoio da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para o projeto, que ainda está em estudo, Bolsonaro teria uma dívida de quase R$ 1 milhão perdoada.

"O projeto está em estudo. Ele depende de pareceres da (secretaria da) Fazenda e da Procuradoria Geral do Estado. Acredito que o governo deve enviar o quanto antes", disse o deputado Jorge Wilson (Republicanos), líder do governo na Alesp, ao jornal O Globo.

Bolsonaro deve ao governo de São Paulo R$ 936.839,70 por não usar máscara durante atos públicos, em especial nas motociatas promovidos por aliados. Além disso, as multas incluem a participação do ex-presidente no ato de 7 de Setembro de 2021, quando chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de "canalha".

Além de Bolsonaro, o filho dele, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também tem multas a pagar por não usar máscara na pandemia.

O perdão da dívida milionária de Bolsonaro faz parte de uma estratégia de Tarcísio para voltar aos braços da extrema-direita bolsonarista.

Nos últimos dias, o governador paulista sinalizou para os radicais bolsonaristas com a operação Escudo, que deixou ao menos 16 mortos em duas comunidades do Guarujá, no litoral, após o assassinato de um PM da Rota, e com a decisão de vetar o uso de material didático do Ministério da Educação nas escolas estaduais.