O ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL) esteve em São Paulo nesta segunda-feira (7), onde foi a um almoço na Prefeitura da cidade com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Lá, foi questionado e comentou a recente descoberta de que seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, tentou vender um relógio da marca Rolex, um presente da Arábia Saudita à Presidência da República, por R$ 300 mil.
Para Bolsonaro, é normal “alguém querer cotar alguma coisa” na internet, mesmo que essa coisa seja o um bem da União. “Tudo o que o TCU me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que ver com ele e o advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa, é natural”, declarou Bolsonaro.
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A quebra pela CPMI dos Atos Golpistas do sigilo telemático de Mauro Cid começa a revelar o destino de presentes luxuosos recebidos durante viagens oficiais do ex-presidente. Uma troca de email em inglês, datada de 6 de junho de 2022, mostra o militar negociando a venda de um relógio da marca Rolex "cravejado de platina e diamante" que teria sido recebido durante viagem oficial.
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“Obrigado pelo interesse em vender seu rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui", diz, em inglês, a interlocutora. “Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa", emenda.
Na resposta, o assessor de Bolsonaro afirma que não possuía o certificado porque o relógio foi um "presente recebido em viagem oficial. Cid ainda afirma que estava pedindo 60 mil dólares pelo Rolex, algo em torno de R$ 300 mil pela cotação atual.
A familiares, de acordo com o jornalista Guilherme Amado, Mauro Cid se pronunciou sobre o assunto. Segundo o ajudante de ordens, apesar da negociação registrada em e-mail, sua real intenção não seria vender o relógio de luxo, mas apenas cotar o seu preço.
O Rolex
Em outubro de 2019, durante viagem a Doha, no Catar, e riade, na Arábia Saudita, Bolsonaro recebeu um conjunto de joias que inclui um relógio da marca Rolex de ouro branco cravejados com diamantes. O valor das joias é estimado em R$ 500 mil.
As joias foram dadas pelo rei sauditan Salman bin Abdulaziz Al Saud. No total, ao menos três conjuntos de joias recebidos em viagens oficiais foram surrupiados por Bolsonaro.
O conjunto de joias que incluia o Rolex foi devolvido pela defesa de Bolsonaro em abril deste ano, após a Polícia Federal instaurar uma investigação para apurar outro conjunto de joias da Arábia Saudita, avaliado em R$ 5 milhões, retido pela Receita Federal no aeroporto internacional de Guarulhos.
Mauro Cid foi o comandante da operação que tentou, sem sucesso, resgatar as joias em posse do Fisco. O militar está preso desde maio por participar de um esquema de supostas fraudes no cartão de vacina e por manter conversas de teor golpista.