Diego Torres Dourado, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, aparece em relatório da Polícia Federal (PF) e está na mira do Supremo Tribunal Federal (STF). Seu nome circulou em mensagens de WhatsApp trocadas entre ex-ajudante de ordens Mauro Cid e Marcelo Camara, ex-assessor do então presidente.
Nas mensagens, Camara pergunta a Cid sobre “a situação de uma mala’', que “o irmão de dona Michelle teria falado”. A tal mala continha as esculturas recebidas pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) do Bahrein, como uma palmeira e um barco de ouro e, segundo a PF, foi entregue a Cid para ser levada para os EUA justamente pelo irmão da ex-primeira dama.
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Investigadores da PF querem saber o quanto o cunhado de Bolsonaro sabia do esquema de extravio de joias e se participou ativamente de envio delas para fora do Brasil.
Segundo a coluna de Vera Rosa, no Estadão, desde que foi nomeado como assessor especial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em janeiro, o irmão de Michelle procura ser uma espécie de “facilitador” para os bolsonaristas.
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Diego é considerado um sujeito discreto, que não fala com a imprensa e é visto até por secretários do governo como “figura estranha”, que chegou a visitar o acampamento golpista montado em frente ao Q.G do Exército, em Brasília, enrolado numa bandeira do Brasil.
Os interrogatórios
Além de Bolsonaro, serão ouvidos nesta terça-feira (31), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Mauro Cid e o pai, o general Mauro Lourena Cid, os advogados Fábio Wajngarten e Frederic Wassef, e os ex-assessores do ex-presidente, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti.
A dificuldade de combinar narrativas, no entanto, se deve ao fato de Mauro Cid ter resolvido colaborar com as investigações em depoimentos já prestados nessa semana.
Além disso, o advogado Cezar Bitencourt, que assumiu a defesa do tenente coronel, tem um compromisso com a família, de livrar o militar da prisão - mesmo que isso custe responsabilizar Bolsonaro.
As versões e contradições dos depoentes também se deparam com a farta quantidade de provas coletadas pela Polícia Federal, que pretende terminar os relatórios sobre a investigação até dezembro.
Até o momento, nenhuma tese ventilada pelos advogados de defesa confrontaram a linha de investigação - e as provas - já coletadas.
A PF também aguarda relatório da polícia dos EUA, que colabora com as investigações, e está responsável, entre outros, por investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro com a compra de imóveis que envolve Bolsonaro e Wassef.