Com provas fartas sobre o tráfico das joias recebidas pelo governo brasileiro, que tiverem como destino lojas dos EUA, a Polícia Federal (PF) deve usar o depoimento simultâneo de Jair Bolsonaro e mais sete comparsas para entender os papéis de cada um na organização criminosa, além de explorar contradições nas diversas versões já apresentadas por cada um deles.
Caso haja combinação de narrativas ou mentiras, agentes da PF podem até mesmo dar voz de prisão aos integrantes da OrCrim.
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Além de Bolsonaro, serão ouvidos a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Mauro Cid e o pai, o general Mauro Lourena Cid, os advogados Fábio Wajngarten e Frederic Wassef, e os ex-assessores do ex-presidente, Marcelo Câmara e Osmar Crivelatti.
A dificuldade de combinar narrativas, no entanto, se deve ao fato de Mauro Cid ter resolvido colaborar com as investigações em depoimentos já prestados nessa semana.
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Além disso, o advogado Cezar Bitencourt, que assumiu a defesa do tenente coronel, tem um compromisso com a família, de livrar o militar da prisão - mesmo que isso custe responsabilizar Bolsonaro.
As versões e contradições dos depoentes também se deparam com a farta quatidade de provas coletadas pela Polícia Federal, que pretende terminar os relatórios sobre a investigação até dezembro.
Até o momento, nenhuma tese ventilada pelos advogados de defesa confrontaram a linha de investigação - e as provas - já coletadas.
A PF também aguarda relatório da polícia dos EUA, que colabora com as investigações, e está responsável, entre outros, por investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro com a compra de imóveis que envolve Bolsonaro e Wassef.