Na tentativa de despolitizar o Exército após a simbiose com o governo Jair Bolsonaro (PL), o comandante da Força, general Tomás Paiva reclamou da estrutura burocrática e corporativista da caserna, que o impede de punir até mesmo militares flagrados em tráfico de drogas ou envolvidos em sequestro relâmpago.
"Quando o camarada não se adapta à disciplina, eu posso abrir contra ele o Conselho de Justificação. Mas não posso abrir quando o caso está no âmbito da Justiça", disse Paiva em entrevista a Josias de Souza, no portal Uol. "Temos que esperar o trânsito em julgado da sentença. Isso demora", emendou.
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O chamado Conselho de Justificação é uma espécie de tribunal de honra dos militares, onde tramitam processos administrativos que podem resultar na expulsão das Forças Armadas.
No entanto, segundo o comandante, o militar só pode ser punido quando se esgotarem todas as possibilidades de recursos na justiça, mesmo em caso do flagrante de tráfico de drogas.
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Segundo ele, não é possível desligar tanto o militar traficante, quanto o seguestrados "porque o entendimento que a gente tem é que tem que esperar o trânsito em julgado da sentença".
Segundo a reportagem, os dois casos estão em São Paulo. O traficante já foi condenado em primeira instância, mas cumpre pena em regime semiaberto.
Em relação ao sequestrador, formado na Academia Militar de Agulhas Negras - a Aman, mesma que formou Bolsonaro -, ele está preso na Polícia do Exército.