O comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, está emprenhado pessoalmente na missão de blindar a força e "preservar a instituição" diante do avanço das investigações na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que mira a atuação de militares entre apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que promoveram a depredação da sede dos três poderes em 8 de Janeiro.
Na última semana, Tomás Paiva se reuniu com o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), com a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) e com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso, e alertou sobre a necessidade de “preservar a instituição”, “individualizar as condutas” e não fazer generalizações que afetem a imagem do Exército.
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"O que ele deseja é que seja separada a conduta individual de pessoas que são membros das Forças Armadas da instituição. É uma preocupação bastante razoável para ele como comandante", disse Maia ao jornal O Globo.
As reuniões do comandante com os líderes da CPMI aconteceram após os depoimentos do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que ficou calada diante da Comissão, do coronel Jean Lawand Júnior e do sargente Luis Marcos Reis, ex-assessor de Bolsonaro, que confessou que esteve no ato golpista e tirou foto em frente ao Congresso depredado.
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Após novas revelações, especialmente feitas pelo hacker Walter Delgatti Neto, a CPMI avalia a convocação e quebra de sigilo dos generais Paulo Sergio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa, Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid.
A CPMI já convocou outros três generais o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias, que será ouvido na semana que vem; o ex-comandante militar do Planalto Gustavo Dutra; e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno. Ainda não há data marcada para ouvir os dois últimos.
O Exército informou que “as reuniões ocorridas são institucionais e visam proporcionar aos diversos órgãos um melhor conhecimento sobre a Força”.