O deputado Duarte Jr. (PSB) afirmou em sua intervenção na CPMI dos Atos Golpistas que está entrando com requerimento pedindo a acareação entre Walter Delgatti Neto, que presta depoimento nesta quarta-feira (17), e o general do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro (PL).
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Em seu depoimento, Delgatti Neto afirmou que se reuniu, a mando de Bolsonaro, cinco vezes com técnicos do Ministério da Defesa e foi recepcionado pelo general.
O hacker disse ainda que foi o autor do relatório feito pela pasta que contesta o sistema de votação, relatando que os militares não poderiam atestar a segurança da urna eletrônica.
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Delgatti diz ter ido ao ministério pela primeira vez após o encontro com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, para onde foi levado pela deputada Carla Zambelli.
"A ideia era falar sobre as urnas, a lisura das urnas, e a eleição. Até que o presidente me disse: a parte técnica não entendo, vou te enviar ao Ministério da Defesa e lá você explica isso", afirmou Delgatti.
Comandante do Exército
Delgatti disse ainda que, após a eleição, era contatado por um assessor do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército entre março e dezembro de 2022, que lhe pedia para autenticar conteúdos de vídeos que contestatam o resultado das urnas.
Freire Gomes foi citado em um plano de golpe de Estado discutido em conversa de Ailton Barros, ex-major do Exército, com seu aliado, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Áudios da conversa foram revelados em maio deste ano.
Nos arquivos, Ailton descreve o “conceito da operação”. No plano, deveria haver participação de Freire Gomes, ou de Bolsonaro, então presidente da República.
No dia 15 de dezembro, Ailton Barros diz a Mauro Cid: “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.
“Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil”, complementa.
Ele ressalta a necessidade de Gomes ou Bolsonaro realizarem o pronunciamento comentado no áudio, destacando “de preferência, o Freire Gomes. Aí, vai ser tudo dentro das quatro linhas”.
O ex-militar pontua que seria necessário ter, até o dia seguinte, 16 de dezembro, pela tarde, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos.