Em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas nesta quarta-feira, Walter Delgatti Neto, o "hacker de Araraquara", afirmou que na primeira reunião com Jair Bolsonaro (PL), no Palácio da Alvorada, o ex-presidente ofereceu um "indulto presidencial" em troca da proposta de invadir as urnas eletrônicas e mostrar uma suposta fragilidade no sistema de votação - que ele não conseguiu realizar.
"Ele me disse que estaria salvando o Brasil, precisava ajudá-lo a garantir a lisura das eleições. A ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia", afirmou o hacker. "Se um juiz te prender, eu vou mandar prender o juiz", teria dito o ex-presidente, segundo Delgatti.
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Delgatti afirmou que, no primeiro encontro - um café da manhã com cerca de 3 horas de duração -, a conversa girou em torno das urnas eletrônicas, mas que Bolsonaro não entendeu a parte técnica e ordenou que ele fosse enviado ao Ministério da Defesa.
"A ideia era falar sobre as urnas, a lisura das urnas, e a eleição. Até que o presidente me disse: a parte técnica não entendo, vou te enviar ao Ministério da Defesa e lá você explica isso", afirmou Delgatti.
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Delgatti diz que foi acompanhado por Marcelo Campos até o Ministério da Defesa, por onde esteve outras quatro vezes.
Na Defesa, o hacker diz ter sido recepcionado pelo então ministro, o general do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e teve reuniões com técnicos do Ministério.
Delgatti diz ter produzido, juntamente com os técnicos da Defesa, o relatório enviado por militares ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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