O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado nesta quarta-feira (23) no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.
A internação de Jair Bolsonaro ocorre um dia após ele ter sido convocado para prestar depoimento sobre os empresários golpistas e o caso das joias.
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Bolsonaro está sob os cuidados da equipe médica comandada pelo seu médico pessoal, Luiz Antônio de Macedo, que começou a atender o ex-presidente após o episódio da facada durante a campanha em 2018.
Diante desse cenário, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, não reagiu bem e publicou um tweet completamente delirante ao comentar a postagem do influenciador de extrema direita, Kim Paim.
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Em uma postagem no Twitter, Kim Paim critica um artigo que aborda os benefícios de uma alimentação baseada em insetos, algo que não é novo. Ao comentar na publicação, Carlos Bolsonaro afirma que se trata do "enfraquecimento do Ocidente".
"Os efeitos colaterais do consumo desse tipo de produto são cientificamente alérgicos e outros. O Google aborda muito esse tema. A 'imprensa' não está preocupada com a sua saúde. Ela deve cumprir com o que lhe pagam! ESG está vindo com força. O enfraquecimento do Ocidente está vindo de todas as direções!", escreveu Carlos Bolsonaro.
Na mira da PF
O motivo para a convocação foi justamente a troca de mensagens com Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, a quem teria enviado mensagens com fake news e ataques a urnas para serem repassadas em grupos de WhatsApp.
Classificado pela PF como "difusor de mensagens com conteúdo de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas", Bolsonaro repassou uma mensagem a Meyer Nigri que falava que "teremos sangue" e "guerra civil" juntamente com vídeo que ataca o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e as urnas eletrônicas.
Segundo reporagem de Aguirre Talento, no portal Uol, a PF identificou ao menos 18 mensagens golpistas repassadas por Bolsonaro e Meyer Nigri. O dono da Tecnisa e Luciano Hang, o véio da Havan, seguem sendo alvo de investigação após Moraes arquivar o inquérito sobre o grupo de WhatsApss com empresários golpistas.
"O terminal identificado como utilizado pelo presidente da República Jair Bolsonaro encaminhou diversas mensagens contendo ataques às instituições, especialmente o Supremo Tribunal Federal, ao sistema eletrônico de votação e às vacinas desenvolvidas para combate à covid-19. Após receber o conteúdo, Meyer Nigri realizou a disseminação de tais mensagens para diversos grupos e chats privados de WhatsApp. Resumidamente, os fatos apontam para a atuação do presidente da República Jair Bolsonaro como difusor inicial das mensagens", diz a investigação da PF, obtida pelo jornalista.
Uma das mensagens repassadas, no dia 21 de junho de 2022, tem um vídeo atacando Moraes e o sistema de votação, com um suposto esquema de fraudar eleições.
"A ESTRATÉGIA, O PODER, A QUALQUER CUSTO. O POVO TÁ ESPERTO. Compartilhem. PF precisa ver isso. TEREMOS SANGUE!!! GUERRA CIVIL", diz o texto que acompanha o vídeo, que foi enviado por Bolsonaro com a frase: "Eis o enredo das eleições 2022. Você confia nos 3 min do TSE/STF?".
Nigri recebeu a mensagem e encaminhou para dois grupos, além de contatos privados.
Orcrim Bolsonarista
Outra intimação da PF, também nesta terça-feira, diz respeito à Organiação criminosa que traficou joias e artigos de luxo entregues por autoridades estrangeiras em viagens oficias.
O depoimento sobre o caso das joias terá um componente insólito que deve complicar ainda mais a situação de Bolsonaro: também foram intimados para prestarem esclarecimentos à PF, de maneira simultânea, todos os envolvidos no escândalo. São eles:
- Michelle Bolsonaro (esposa de Bolsonaro e ex-primeira-dama)
- Mauro Cid (tenente-coronel, ex-ajudante de ordens, que está preso)
- Mauro César Lourena Cid (pai de do tenente-coronel)
- Frederick Wassef (advogado de Bolsonaro)
- Fabio Wajngarten (advogado de Bolsonaro)
- Osmar Crivelatti (assessor de Bolsonaro)
Os depoimentos estão marcados para o dia 31 de agosto. O objetivo da PF ao realizar as oitivas de forma simultânea é evitar que os envolvidos combinem versões.