GOLPISMO

Bolsonaro é intimado a depor na PF sobre empresários que planejaram golpe armado

A motivação para o novo depoimento de Bolsonaro está na descoberta de uma mensagem de voz em que o ex-presidente autoriza o empresário Meyer Nigri, da Tecnisa, a disparar fake news

Jair Bolsonaro (PL).Créditos: Reprodução
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado nessa terça-feira (22) pela Polícia Federal a prestar novo depoimento no próximo dia 31 de agosto relativo ao inquérito que investiga um grupo de empresários bolsonaristas que teria planejado um golpe armado para mantê-lo no poder.

A motivação para o novo depoimento de Bolsonaro está na descoberta de uma mensagem de voz em que o ex-presidente autoriza o empresário Meyer Nigri, da Tecnisa, a disparar fake news. A defesa do ex-presidente inelegível quer ter acesso aos autos antes da oitiva.

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Segundo informações divulgadas por Daniela Lima, da GloboNews, Bolsonaro teria dado ordem ao empresário Meyer Nigri, fundador da Tecnisa, para propagar uma mensagem com ataques a Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e ao sistema eleitoral.

"Repasse ao máximo", destaca Bolsonaro, em caixa alta. O perfil usado pelo ex-presidente foi identificado como PR8.

De acordo com a jornalista, na mensagem Bolsonaro ataca declaração de Barroso, de que o "processo eleitoral como algo seguro e confiável" e trata a defesa do voto eletrônico como "interferência".

Na mesma mensagem, Bolsonaro também teria divulgada uma fake news sobre instituto de pesquisa que teria inflado a votação de Lula. Nigri prontamente responde: "Já repassei para vários grupos!". E ao se despedir de Bolsonaro envia "abraços de Veneza".

Arquivamento

Na última sexta-feira (18), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento da investigação que tinha como foco o grupo de WhatsApp dos empresários bolsonaristas tratando da possibilidade de um golpe de Estado. O ministro, no entanto, manteve a investigação contra Meyer Nigri e Luciano Hang, o véio da Havan.

O arquivamento alcança os empresários José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Sierra), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Barreira (Grupo Coco Bambu). Segundo o ministro, “não foi encontrada nenhuma prova robusta” contra eles.