VIOLÊNCIA POLÍTICA

Após ser ameaçada de "estupro corretivo", Monica Benicio anuncia medidas judiciais

A líder do PSOL na Câmara Municipal do RJ revelou nesta segunda que recebeu a ameaça por e-mail

Após ser amaeçada de "estupro corretivo", Monica Benicio anuncia medidas judiciais.Créditos: Assessoria de Comunicação
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A vereadora e líder do PSOL na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Monica Benicio, revelou nesta segunda-feira (21) que recebeu um e-mail com ameaça de "estupro corretivo". Monica é lésbica e atuante na causa LGBT+.

Segundo informações reveladas pela própria parlamentar, o ameaçador, que se identifica como doutor em Psicologia Social pela Universidade de Harvard, afirma que "o lesbianismo é uma doença que pode ser curada com terapia alternativa" e que ser sapatão é uma aberração.

Além disso, o autor da ameaça descreve, com requintes de crueldade, uma série de violências sexuais contra mulheres, ensinando como um "varão" deve proceder para fazer com que uma mulher volte a ser heterossexual.

"Isso não é violência, é o que chamamos de Estupro Corretivo Terapêutico, uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino, pois ser sapatão é ser uma aberração", diz na ameaça.

Na ameaça, o criminoso afirma saber o endereço da parlamentar e se oferece para ir até a casa dela fazer uma "demonstração sem compromisso".

"O que estamos vendo é uma consequência direta da escalada da violência política de gênero contra mulheres parlamentares que ousam reivindicar seus direitos e lutar por equidade. O conteúdo da mensagem é assustador, mas não vamos nos intimidar. Mulheres lésbicas existem, resistem e precisam ter seus direitos e cidadania garantidos. Lutamos pelo direito de amar livremente, em segurança, sem temer por nossas vidas", afirma Monica Benício.

Às 12h desta terça-feira (22), a vereadora Monica Benicio vai registrar uma queixa-crime na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI). A vereadora afirma que vai cobrar da Polícia Civil a abertura de um inquérito para identificação do responsável e medidas de segurança cabíveis para proteger a sua vida.

 

Vereadora de BH e filha de 3 anos ameaçadas de morte e estupro


O autor das ameaças de morte e estupro contra a vereadora Iza Lourença (PSOL-MG), de Belo Horizonte, prometeu em uma das mensagens enviadas à parlamentar invadir a Câmara Municipal da capital mineira armado e cometer um atentado. 

Através de seu e-mail institucional, Iza Lourença recebeu várias mensagens com ameaças de morte e de "estupro corretivo" contra ela e sua filha de apenas 3 anos. A primeira dessas intimidações chegou ao correio eletrônico da parlamentar  no dia 14 de agosto. Na mensagem, o detrator, que omitiu seu nome, disse que poderia ir até a residência da vereadora para cometer "estupro corretivo". 

Depois, na sexta-feira (18), Iza Lourença se deparou com mais outras 4 mensagens ameaçadoras de conteúdo ainda mais grave. "São mensagens muito violentas e cruéis que descrevem violências contra a vereadora e também contra sua filha, de 3 anos de idade, culminando na ameaça de morte das duas", diz comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da psolista. 

A reportagem da Fórum teve acesso, com exclusividade, a parte do conteúdo dessas mensagens. A íntegra não será divulgada por questões de segurança, mas nos e-mails o autor anônimo afirma que vai invadir a Câmara Municipal de Belo Horizonte e abrir fogo contra o que ele chama de "aberrações". Na mensagem, há excessivo uso de termos misóginos e racistas. 

O detrator ainda prega nas mensagens contra o comunismo, fala em "moral cristã" e reforça a ameaça de morte contra Iza Lourença e sua filha. 

Iza Lourença compareceu mais uma vez à Delegacia de Crimes de Intolerância de BH nesta segunda-feira (21) para denunciar os novos e-mails ameaçadores. À Fórum, a vereadora informou que está marcada para a próxima quinta-feira (24), na mesma unidade policial, uma oitiva no âmbito do inquérito que foi aberto para investigar as ameaças que vem sofrendo. 

A parlamentar disse, ainda, que está sob escolta da Guarda Civil Municipal da capital mineira, 24 horas por dia, já que o autor dos e-mails possui dados privados dela e de sua família. A Câmara de BH também está adotando medidas para reforçar a segurança.


 

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