Após a explosiva revelação feita na noite desta quinta-feira (17), por Cezar Bitencourt, advogado de Mauro Cid, de que seu cliente vai contar tudo, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu de maneira inacreditável.
Bitencourt afirmou que o ex-ajudante de ordens vai dizer que entregou dinheiro a Bolsonaro após vender nos Estados Unidos joias que foram dadas como presentes ao governo brasileiro.
Te podría interesar
Advogados de Bolsonaro, no entanto, afirmam que nada muda para a defesa do ex-presidente com uma eventual confissão do tenente-coronel Mauro Cid.
O advogado Paulo Cunha Bueno disse ainda que Bolsonaro poderia vender as joias. "A lei autorizava", diz ele.
Te podría interesar
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, o defensor cita o segundo artigo da lei 8394, de 1991, que regulamenta os acervos dos presidentes da República.
O referido artigo diz que "os documentos que constituem o acervo presidencial privado são na sua origem, de propriedade do presidente da República, inclusive para fins de herança, doação ou venda".
As quatro linhas da Constituição
A coluna Radar, da Veja, revela que, em reunião com aliados e advogados no começo da semana, Bolsonaro admitiu ter mandado Mauro Cid vender os objetos.
Ele justificou ter tomado a decisão depois de “alguém” dizer a ele que a lei permitiria tal venda. “Alguém falou que poderia vender. Aí eu falei: faz aí, mas dentro das quatro linhas. Se pode vender, então vende”, disse Bolsonaro, segundo relato de um dos aliados.
O ex-presidente ainda deu sinais de que esperava que Mauro Cid “assumisse” a responsabilidade no caso das joias: “Deleguei (a venda das joias), sou desorganizado”.
Sobre o destino do dinheiro obtido com as joias, Bolsonaro disse que não sabia do dinheiro e que “não liga para dinheiro”. Afirmou também que havia vendido presentes que ele ganhou enquanto ajudante de ordens.
Já sobre se recebeu dinheiro vivo das mãos do general Lourena Cid, o pai do ex-ajudante, que também atuava no caso, Bolsonaro não explicou. “Pode ser que o dinheiro tenha sido usado para pagar despesas dele sem que ele soubesse”, diz um aliado.