Preso há mais de 3 meses no Batalhão da Polícia do Exército em Brasília por participação no esquema de fraudes em cartões de vacinação de sua própria família e da do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), decidiu que assumirá os crimes que cometeu e entregará ex-presidente à Polícia Federal, apontando-o como o mandante dos delitos.
A informação acaba de ser divulgada pela Revista Veja, em matéria que o advogado Cezar Bittencourt confirmou a decisão de Cid.
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Após três meses preso sem abrir o bico, Cid assistiu seu pai, o general Mauro Lourena Cid, acabar preso pela PF por conta do escândalo das joias e objetos de luxo desviados do acervo da União para Bolsonaro vender no exterior. Em uma mensagem trocada no âmbito de uma operação de venda, o general Cid teve a “brilhante” ideia de fotografar um dos objetos para confirmar informações e seu reflexo aparece na superfície de vidro que abrigava a escultura de uma palmeira de ouro.
Paralelamente a isso, Cid vê novas denúncias a respeito de sua esposa, Gabriela Cid, ter feito parte de uma rede de desinformação a respeito das vacinas durante a pandemia de Covid-19.
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Em situação crítica, o tenente-coronel finalmente constatou que foi abandonado pelo antigo comandante e estaria decidido a delatar. Seu advogado adianta que Cid irá assumir perante a Polícia Federal todos os seus crimes. Dirá que participou do esquema das joias vendendo alguns artigos nos EUA e trazendo os valores arrecadados em espécie para Bolsonaro.
No entanto, ao contrário do que era ventilado semanas atrás, ele também dirá que tudo foi feito sob as ordens de Bolsonaro. O que é curioso que precise ser dito, afinal seu cargo era o de “ajudante de ordens”.
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A expectativa é que a declaração de Cid, que coloca Bolsonaro como o mandante não apenas do caso das joias ou das fraudes em cartões de vacinação, mas de uma série de outros escândalos, provoque uma reviravolta nas investigações e complique ainda mais o ex-presidente inelegível perante a Justiça.
As novas revelações de Cid devem contradizer toda a narrativa construída até o momento pela defesa de Bolsonaro. Segundo os advogados do ex-presidente, ele nunca teria se apropriado de bens públicos e inclusive teria devolvido joias em março, sem ser intimado a isso, para estar em dia com a lei.