A sessão da CPI do MST desta terça-feira (15) que ouve João Pedro Stédile, uma histórica liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na condição de testemunha, ficou marcada pelo festival de besteiras, fake news e grosserias dos parlamentares bolsonaristas.
Para além dos gritos de “vagabundo” do deputado Éder Mauro (PL-PA) em direção ao depoente, o relator da comissão Ricardo Salles (PL-SP) protagonizou uma série de momentos tristes de serem vistos em pleno Congresso Nacional.
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Em um deles, o ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro invocou a China para atacar Stédile e o MST e 'lacrar' diante da atenta audiência que se expressa nas redes sociais.
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“Existe algum movimento na China análogo ao que é o MST aqui?”, perguntou Salles. O argumento basicamente insinua que a ‘ditadura chinesa defendida pelo PT e pelo presidente Lula’ não permitiria um movimento que ‘invade propriedades’ em seu território. Stédile tentou responder.
“Não, porque em 1949 eles fizeram reforma agrária. Vocês que querem tanto derrotar o MST, a fórmula é simples: façam a Reforma Agrária. No outro dia o MST desaparece. Então, na China entre 1949 e 1952 a reforma agrária foi muito drástica, distribuíram terra para todo mundo e hoje a média das terras lá na China é de 0,7 hectares por família”, dizia Stédile, quando foi interrompido por Salles.
“Por isso que eles passam fome, não tem produtividade nenhuma”, disparou o relator bolsonarista na tentativa de encaminhar a lacração. Mas Stédile não lhe deu muita importância.
“Eu não sou advogado da China. Aconselho vocês chamarem o embaixador deles, que tem a prerrogativa legal de defendê-los. Então, como eu ia dizendo…,” pontuou o líder sem terra antes de prosseguir a explicação sobre a reforma agrária chinesa.
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