Um dos negócios bem-sucedidos da família Cid envolvendo joias recebidas de presente por Jair Bolsonaro foi fechado com uma loja da Pensilvânia que é especializada na venda de relógios de segunda mão.
A Precision Watches fica num shopping center de Willow Grove e faz negócios com jóias e relógios de luxo. A cidade adquiriu certa notoriedade nos Estados Unidos porque a primeira-dama Jill Biden viveu lá com a família quando criança.
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Willow Grove também é conhecida por ser um centro joalheiro.
Foi lá que o general Mauro Cesar Lorena Cid, então chefe do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em Miami, conseguiu emplacar um bom negócio — não para o Brasil, mas para a família Bolsonaro.
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Vendeu um Rolex que o presidente da República recebeu de presente da Arábia Saudita por U$ 68 mil, equivalente hoje a R$ 333 mil.
O relógio, patrimônio da União, foi levado por Bolsonaro para os Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. Ele estava acompanhado pelo filho do general, seu ajudante de ordens Mauro Cid.
Em 12 de junho de 2022, de acordo com mensagens obtidas pela Polícia Federal, o general encaminhou ao filho os dados da conta na qual deveria ser depositado o pagamento da Precision Watches.
No dia seguinte, foi feita a transferência de U$ 68 mil.
Quando o Tribunal de Contas da União determinou que Bolsonaro devolvesse os presentes ao Estado, coube ao advogado Frederick Wassef fazer uma viagem urgente para desfazer o imbróglio.
Wassef recomprou o relógio em 14 de março de 2023. Em 2 de abril, de volta ao Brasil, entregou o relógio ao general Lorena Cid. No mesmo dia, o militar viajou para Brasília e deixou o Rolex com o segundo-tenente Osmar Crivelatti, da Ajudância de Ordens de Bolsonaro.
A recompra do relógio é a prova mais clara do esquema envolvendo a venda de patrimônio público por Bolsonaro e caracteriza obstrução de Justiça.
A Precision Watches continua oferecendo relógios de segunda mão em seu catálogo.
O Rolex mais luxuoso à venda, de cor rosa e cravejado de pedras preciosas, é oferecido 47 mil dólares. São 21 mil dólares a menos que o valor pago pelo presente saudita que Bolsonaro tentou embolsar.