ALEXANDRE DE MORAES

Joias e presentes de Bolsonaro: Alexandre de Moraes fala sobre investigações da PF

Ministro se manifestou sobre mandados de busca e apreensão relacionados ao ex-presidente envolvendo Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Lourena Cid

Alexandre de Moraes.Créditos: Secom/TSE
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal) falou sobre as investigações da Polícia Federal (PF) desta sexta-feira (11), que culminaram com um mandado de busca e apreensão do general da reserva do Exército Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, e Osmar Crivelatti, tenente do Exército que trabalhou com Cid.

Para Moraes, as investigações apontam a suspeita de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou a estrutura do governo federal para desviar presentes de alto valor oferecidos a ele por autoridades estrangeiras.

Segundo o ministro, os dados analisados pela PF indicam a possibilidade do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência, órgão responsável pela análise e definição do destino de presentes oferecidos por autoridade estrangeira ao presidente da República, "ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado do ex-presidente da República, presentes de alto valor, mediante determinação de Jair Bolsonaro".

Presentes desviados

Moraes diz ainda que os "indícios de que alguns presentes recebidos por Jair Messias Bolsonaro em razão do cargo teriam sido desviados sem sequer terem sido submetidos à avaliação do GADH/GPPR [o gabinete de documentação]".

O ministro diz também que as diligências realizadas indicam que Bolsonaro e sua equipe usaram o avião presidencial em 30 de dezembro de 2022 para evadir do país bens de alto valor, que foram desviados para os Estados Unidos e, na sequência, encaminhados para lojas especializadas em venda e leilão de objetos nas cidades americanas de Miami, Nova York e Willow Grove.

"Os recursos, então, seriam encaminhados em espécie para Jair Messias Bolsonaro, evitando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal, possivelmente para evitar o rastreamento pelas autoridades competentes, conforme informado pela Polícia Federal", diz Moraes.

"A investigação identificou, portanto, até o momento, que esse modus operandi foi utilizado para retirar do país pelo menos quatro conjuntos de bens recebidos pelo ex-presidente da República em viagens internacionais."

Com informações da Folha