FUGA PARA OS EUA

Bolsonaro e Mauro Cid entraram nos EUA sem serem vacinados contra a Covid, indicam e-mails

Preparação da fuga de Bolsonaro às vésperas da posse de Lula mostra que ele e Mauro Cid, seu principal assessor, não tomaram "nenhuma dose" da vacina contra a Covid-19.

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Uma troca de e-mails entre militares que faziam parte da equipe de Ajudância de Ordens da Presidência, sob a tutela do tenente-coronel Mauro Cid, indicam que tanto Jair Bolsonaro (PL) quanto seu principal auxiliar, que está preso, teriam fugido para os EUA e entrado no país sem terem sido vacinados contra a Covid-19.

Documentos anexados em e-mails enviados à CPMI dos Atos Golpistas mostram os preparativos da viagem, ocorrida no dia 30 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro decidiu não passar a faixa presidencial para Lula.

Em um dos anexos, o campo "DOSES VACINA COVID-19" está preenchido com "nenhuma dose" ao se referir a Bolsonaro e a Cid, segundo reportagem de Thaísa Oliveira e Mateus Vargas na edição desta sexta-feira (11) da Folha de S.Paulo.

Os e-mails foram enviados entre 26 e 28 de dezembro e mostram que outros três ajudantes de ordem da Presidência tinham recebido ao menos uma dose da vacina contra a Covid.

Os e-mails fazem parte da investigação da Polícia Federal sobre "a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19", que levou Cid à prisão.

Em maio, Bolsonaro disse que não tomou a vacina e que o documento nunca foi exigido para que ele entrasse nos EUA. À época, ele viajou para a Flórida com o avião presidencial e as credenciais de chefe de Estado.

"Não tomei a vacina. Nunca me foi pedido cartão de vacina [para entrar nos EUA]. Não existe adulteração da minha parte. Não tomei a vacina, ponto final. Nunca neguei isso. Havia gente que me pressionava para tomar, natural. Mas não tomava, porque li a bula da Pfizer", afirmou o ex-presidente, que também é investigado no inquérito da PF.