FÓRUM CAFÉ

Extrema-direita usa teologia violenta contra LGBTs para controle social, diz Henrique Vieira

Pastor comentou ascensão dos evangélicos e os desafios da esquerda com cristãos brasileiros

Pastor Henrique Vieira foi eleito deputado federal pelo PSOL no ano de 2022
Pastor Henrique Vieira foi eleito deputado federal pelo PSOL no ano de 2022Créditos: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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Em entrevista ao programa Fórum Café desta quarta-feira (5), o deputado federal e pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) comentou as falas recentes do pastor André Valadão e a ascensão do conservadorismo evangélico dentro do nosso país.

“É majoritariamente popular, majoritariamente de mulheres e majoritariamente negro. É uma fração da classe trabalhadora brasileira no nosso país. Agora, de fato tem um conservadorismo predominante, mas não unânime, e de fato existe um fundamentalismo evangélico muito vinculado à extrema-direita e ao bolsonarismo que tem penetrado fortemente nas instituições”, disse.

“Há uma violência desse setor evangélico”, disse. “A gente precisa saber identificar esse fundamentalismo e combatê-lo firmemente, pedagogicamente, porque esse fundamentalismo é autoritário e violento”, completou o deputado.

“Se entregar o evangélico para extrema-direita, nós temos um problema, porque é uma fração cada vez mais numérica da classe trabalhadora do nosso país”, disse.

Sexualidade, conservadorismo e controle

Nesta segunda-feira, um vídeo de André Valadão pedindo a morte das pessoas LGBTQIA+ em seu palanque da Igreja Batista da Lagoinha viralizou nas redes sociais. As imagens chocaram e causaram revolta de diversos setores da sociedade, inclusive dentro do governo Lula. Vieira, que é pastor evangélico e deputado federal do campo da esquerda, comentou o caso.

“Dentro de uma determinada teologia cristã hegemônica a sexualidade sempre foi um problema”. afirmou. “A sexualidade como fonte de prazer, de liberdade, como uma experiência constitutiva da humanidade, sempre foi um problema para uma teologia baseada culpa e no medo”, disse.

Henrique relembrou a violência contra as pessoas LGBTQIA+. “Corpos domesticados inclusive em sua sexualidade são corpos mais interessantes a um sistema de controle e de medo. A diversidade sexual desmonta esse castelo, ela afirma a força da individualidade e da singularidade, então ela é um problema para o sistema ultraconservador”, diz.

“Há uma teologia agressiva a partir de uma leitura não-filtrada pelo Cristo”, diz. “Tem a ver como uma forma de interdição de controle da sexualidade”, disse.

Confira a entrevista de Henrique Vieira ao programa Fórum Café:

 

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