O Ministério Público Federal (MPF) no Acre declarou nesta terça-feira (4) ter aberto um procedimento para investigar as falas do pastor André Valadão, que, em um culto realizado no último domingo (2) e transmitido pelas redes sociais da Igreja Batista da Lagoinha, incentivou os fiéis a matarem pessoas LGBT.
Após atacar as Paradas LGBT, André Valadão convocou as pessoas a matar as LGBT. "Essa porta foi aberta quando tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de retomar o controle e dizer: 'não, pode parar, resetar'. Aí Deus diz: 'não posso mais, já enviei esse arco-íris, se eu pudesse, eu mataria tudo e começaria tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então agora está com vocês'. Vocês não entenderam o que eu disse: agora está com vocês. Vou repetir: está com vocês", disse o pastor.
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O MPF vai investigar se o pastor André Valadão cometeu o crime de homofobia. O procedimento foi aberto pelo procurador Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela Procuradoria dos Direitos do Cidadão (PRDC), que tomou conhecimento do caso por meio da imprensa.
Em entrevista ao UOL, a advogada Jacqueline Valles, mestra em Direito Penal, afirmou que Valadão pode ser enquadrado no crime de homofobia e incitação ao crime. "Se a investigação concluir que esse senhor cometeu o crime de homofobia, ele pode, sim, ser extraditado para cumprir pena no Brasil", disse Jacqueline, que é membra da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abacrim).
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Jornalista da GloboNews vai para cima de Valadão
André Valadão, o “pastor” evangélico seguidor de Jair Bolsonaro (PL) que tem uma verdadeira obsessão com assuntos relacionados à homossexualidade, e que nesta segunda-feira (3) virou centro das atenções após o surgimento de um vídeo no qual ele prega a morte aos gays, vem recebendo respostas de várias personalidades por conta de seu ódio propalado nas redes sociais e em cultos. Um dos que respondeu ao extremista fundamentalista foi o jornalista Marcelo Cosme, da GloboNews, que é homossexual.
“É isso mesmo que a gente acabou de ouvir mais uma vez... ‘Se eu pudesse, eu matava e começava tudo de novo’... Sabe o que esse cidadão está defendendo? A morte de pessoas como eu, eu sou um homem gay... Ele quer que a comunidade LGBT seja morta no Brasil, um país que já faz isso muito bem, obrigado, há muito tempo, né? Pelo décimo quarto ano seguido nós o país que mais mata essa população no mundo inteiro... O Brasil tem instituições muito fortalecidas, como a Justiça, e aí, como cidadão e jornalista, eu deixo uma pergunta aqui: o que nós estamos esperando para parar esse homem que instiga a morte de pessoas LGBT no Brasil?”, diz Cosme, indignado.
Confira abaixo a declaração do jornalista Marcelo Cosme: