De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) divulgado nesta quinta-feira (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,1 milhões em seis meses. A data exata é entre 1º de janeiro e 4 de julho, num total de 769 mil transferências.
O Coaf afirma que as transações "atípicas" podem ter relação com a campanha de doações organizada em junho para o pagamento de multas.
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Uma lebre, no entanto, foi levantada pelo jornalista Reinaldo Azevedo em sua coluna desta sexta-feira (28), no UOL.
Segundo o jornalista, aliados de Bolsonaro começaram a divulgar sua chave Pix em 23 de junho, depois que veio a público a informação de que a Justiça de São Paulo havia decidido bloquear R$ 87 mil de sua conta, conforme se noticiou no dia 14 do mês passado.
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Antes do dia 23, portanto, inexistia pedido para depósitos na conta do ex-presidente. O jornalista lembra ainda que Bolsonaro deixou o Brasil em 30 de dezembro do ano passado e só retornou em 30 de março. Portanto, esteve ausente do país em três dos seis meses.
Reinaldo Azevedo chama a atenção para a necessidade de se descobrir quanto o ex-presidente recebeu antes do dia 23 de junho, quando a chave de seu Pix foi divulgada, e quanto entrou depois.
“Se os R$ 17,1 milhões podem ser atribuídos ao chamamento dos bolsonaristas para pagar a multa — como especula o Coaf —, então essa tempestade de Pix teria ocorrido entre 23 de junho e 4 de julho: em meros 13 dias, não em seis meses: por dia, média de R$ 1,545 milhão e de 69.909 operações. É sério isso?”, pergunta o jornalista.
E encerra: “mas, então, quero saber o que justifica as transferências anteriores à divulgação da chave. Ele recebia chuva de Pix mesmo quando estava homiziado em Orlando?”