BOLSONARO

Apoio de Bolsonaro começa a virar mico até mesmo dentro do seu partido

Vários políticos até então aliados ou próximos querem desta vez ver o ex-presidente bem longe de suas campanhas

Bolsonaro.Créditos: Agência Brasil/Arquivo
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Ao contrário do que ocorreu em 2018, e mais parcialmente em 2022, políticos de direita, sobretudo do PL, tentam desta vez escapar do apoio de Jair Bolsonaro. A sucessão de denúncias e escândalos no entorno do ex-presidente, bem como o seu processo de inelegibilidade, têm feito despencar a sua popularidade.

Como resultado prático, para as eleições do próximo ano, vários políticos até então aliados ou próximos, querem desta vez ver o ex-presidente bem longe de suas campanhas.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que pretende ir para a disputa ao lado do PL como nome da direita, se esquivou claramente de Bolsonaro durante almoço com empresários na quarta-feira. Apesar de comer ao lado do ex-presidente, Nunes afirmou à imprensa “não ter proximidade” do capitão. Disse apenas que, se vier um apoio de Bolsonaro, “será ótimo”, mas tratou a agenda como evento rotina.

Integrantes do PL informaram a coluna de Bela Megale que pesquisas contratadas por Nunes mostrariam que ele pode perder votos com apoio declarado do ex-presidente. Lula venceu na capital paulista em 2022, lembra ainda a jornalista.

Ex-ministros

Nunes, no entanto, não é o único da legenda a se afastar de Bolsonaro. O recém-filiado Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, pretende concorrer à prefeitura de João Pessoa. Para tal, ele tem explorado mais sua atuação como médico do que como político afilhado de Bolsonaro.

O senador e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, é outro exemplo. Ele afirma publicamente ser contra a entrada do PP em um ministério de Lula, mas deu aval para que líderes de seu partido façam a negociação.

O deputado federal Marcos Pereira, presidente do Republicanos, não tem poupado críticas públicas a Bolsonaro, enquanto lideranças de sua sigla negociam um ministério com o governo petista.

A impressão dentro (e também fora) da legenda é que o bolsonarismo dá sinais claros de desgaste e o partido começa a se movimentar da extrema-direita para a direita.

Com informações da coluna de Bela Megale