O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil-PR) decidiu criticar as investigações da Polícia Federal que conseguiram obter a confissão e a delação de Élcio Queiroz como um dos participantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018.
Através do seu Twitter, o senador prestes a perder seu mandato afirma que o governo vai "morder a língua" com as delações premiadas.
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Moro acha que o governo é contra as delações premiadas e não contra o método de delação utilizado pela Operação Lava Jato, que foi acusada de ter um modus operandi de tortura contra os investigados e falsificação de testemunhas para consecução de objetivos políticos.
"Espero, aliás, que identifiquem o mandante e mordam a língua. Foram delatores que também revelaram a roubalheira na Petrobras durante os governos do PT", diz o ex-juiz, ecoando uma entrevista que deu à Folha de São Paulo.
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O instrumento de delação não só não foi criticado pelo PT como foi criado pelo mesmo, quando a presidente Dilma Rousseff assinou a lei da delação premiada, em 2 de agosto de 2013.
O procedimento, se usado com parcimônia e dentro do devido processo legal, pode ajudar a polícia a encontrar os mandantes do assassinato de Marielle Franco, maior crime político dos últimos anos no Brasil.
Sérgio Moro foi o ministro da Justiça e comandante da Polícia Federal em 2019, durante o primeiro ano de governo Bolsonaro, e não deu celeridade às investigações.
Ele foi duramente criticado nas redes sociais, assim como o ex-deputado-federal Deltan Dallagnol, cassado e ficha-suja, que também criticou a prisão dos criminosos envolvidos na morte de Marielle Franco.
"Delação agora é prova? Até ontem, o PGR tava desdenunciando e o STF tava desrecebendo denúncias adoidado contra corruptos sob o fundamento de que apenas a delação não é suficiente. Alguma lei deve ter mudado… Ou o que mudou foi a capa dos autos?", ironizou o ex-procurador.
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirma que Moro está com medo: "Sobre o assassinato de Marielle, o que fez @SF_Moro, enquanto Ministro da Justiça, para elucidar o caso? Ameaçou punir o porteiro que informou sobre as ligações do assassino com o vizinho Bolsonaro. Por isto está preocupado agora, pode sobrar pra ele", disse.
Veja alguns tweets sobre o caso: