Na próxima segunda-feira (17) os ministros Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, e José Múcio, da Defesa, se reúnem em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, para tomar uma importante decisão a respeito do porte de armas de fogo por civis. O encontro pretende decidir qual pasta irá ser a responsável pela fiscalização dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores de armas).
Dino pretende fazer um acordo para tirar das Forças Armadas a prerrogativa de fiscalizar o setor e passar a função para a Polícia Federal, que está sob o guarda-chuva do seu ministério. A ideia do ministro é que a PF possa mirar os CACs que possuem grandes arsenais e armamentos de grosso calibre.
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De acordo com interlocutores do governo, o Exército não teria estrutura para realizar a fiscalização e, no último período, só teria conseguido fiscalizar 3% dos CACs. A situação está fora de controle no país e há cada vez mais indícios que donos de grandes arsenais tinham planos de tentar golpes de estado armados após as últimas eleições.
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O próprio George Washington de Oliveira Santos, condenado pela tentativa de explodir uma bomba no aeroporto de Brasília, é CAC e membro do Proarmas, associação que representa o setor na política e na economia. Além da bomba, ele foi preso com um arsenal avaliado em R$ 160 mil e, dias antes do atentado fracassado, pressionava o deputado General Girão e o senador Eduardo Girão para que “liberassem os CACs” para o golpe pois havia “muitas armas disponíveis”.
Além de transferir a fiscalização dos CACs para a PF, Dino e o Governo Lula também preparam um novo decreto presidencial que tem como objetivo impor ainda mais restrições ao porte de armas por civis. O texto deve ser anunciado na próxima semana e prevê, entre outros pontos, a recompra de armas de grosso pelo Estado brasileiro para equipar as forças de segurança.