Em live com Marcos Uchôa no programa semanal Conversa com o Presidente na manhã desta terça-feira (11), Lula rebateu as críticas sobre as negociações feitas com partidos do chamado Centrão, que se deram principalmente durante a aprovação da Reforma Tributária na semana passada.
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Logo no início, Lula ressaltou que setores da imprensa tratam as negociações com o Congresso "de forma pejorativa".
"No Brasil, a negociação é tratada de forma pejorativa. Um jornalista, de qualquer emissora, qualquer rádio, jornal, ele costuma tratar negociação da política 'é dando que se recebe'. Ora, negociar é negociar. Eu aprendi a negociar, fazer uma pauta de reivindicação com 100 itens, entregava essa pauta na federação das indústrias, depois de um tempo se fazia a segunda reunião. Eles não queriam a metade das coisas que a gente queria, a gente continuava insistindo. Então, de 100% que a gente reivindicava, às vezes ficava com 60%, com 75%, às vezes ficava com 50%. Essa é a negociação", lembrou o presidente dos tempos em que comandou as negociações no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
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Lula, então, agradeceu aos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), e aos líderes do governo no Congresso, Jaques Wagner (Senado) e José Guimarães (Câmara) pela "paciência" na negociação para aprovação da Reforma Tributária.
"Foi o que aconteceu com muita persistência, habilidade do nosso ministro da Fazenda, companheiro Haddad, do nosso líder no Senado Jaques Wagner, do nosso líder na Câmara, José Guimarães, do nosso ministro Padilha, da negociação. E é preciso ter paciência, conversar com quem gosta, com quem não gosta, ouvir coisas boas, ruins. E ai se dá a negociação. Não é a política do 'é dando que se recebe' que todo mundo fala", enfatizou.
O presidente então falou sobre a composição desfavorável no Congresso, onde a minoria é progressista, e da necessidade de compor com partidos do Centrão para aprovar projetos de interesse do governo e da sociedade.
"É importante lembrar que o PT tem 70 deputados de 513, a esquerda toda, se você soma, dá cento e poucos deputados. E você precisa de no mínio 257 para maioria simples. Isso só demonstra que você tem que negociar. E uma coisa equivocada que a imprensa diz é: negociou com o Centrão. A gente não negocia com o Centrão, o Centrão não é um partido político. O Centrão se junta em torno de determinadas coisas. Mas, habitualmente você negocia com partidos. São com esses partidos que você negocia. Seria importante que a gente não precisasse negociar. O governo fez uma MP, está lá aprovada por unanimidade. Não é assim", afirmou.
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