Um verdadeiro barraco no grupo de WhatsApp do Partido Liberal (PL) - que teve como desdobramento o fim do próprio grupo - escancarou a implosão do partido do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro. Entre uma série de brigas protagonizadas por membros da legenda, uma em especial levantou acusações mútuas de corrupção e homícidio.
Gustavo Gayer (PL-GO) e Vinícius Gurgel (PL-AP) foram os principais polemistas da vez. No meio das discussões entre os membros do partido, Gurgel recomendou a Gayer que buscasse ajuda em um grupo dos Alcoólicos Anônimos. A provocação faz referência a um caso que Gayer estaria embriagado ao volante e causado um acidente fatal, com duas mortes, cerca de 20 anos atrás.
Te podría interesar
Além de negar a acusação, Gayer contra-atacou Gurgel acusando-o de corrupção. Dessa vez a referência se relaciona a uma investigação que apura desvios de verbas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Te podría interesar
O barraco começou na tarde do último domingo (9) quando Gurgel tentou se explicar sobre o voto a favor da Reforma Tributária aprovada na Câmara na última semana. Os ânimos se acirraram quando ele reclamou da perseguição de "extremistas" contra os 20 que votaram a favor da reforma.
"Só não fico ofendendo nas redes sociais quem vota de um jeito, então peço respeito, cada um tem seu eleitor", escreveu Gurgel, emendando em seguida: "Não sou esquerda e nem de direita, sou conservador somente! Se quiserem pedir minha suspensão de comissões, expulsão, do jeito que vier tá bom! Não é comissão que vai me eleger!".
A mensagem foi rebatida pela armamentista Júlia Zanatta (PL-SC), uma das aliadas mais ferrenhas de Bolsonaro. "Não sei por que tanto choro. Se tinham tanta certeza do voto, por que estão se explicando até agora?".
Júnio Amaral (PL-MG), da ala bolsonarista radical do partido saiu em defesa da colega e desabafou. "Essas tentativas de justificar o voto aqui no grupo da bancada fica parecendo que nós, bolsonaristas, somos otários para acreditar que se trata de um posicionamento verdadeiro a favor do texto, me ajuda aí. Como se ninguém soubesse como funciona", escreveu.
Em seguida, Gurgel jogou a toalha: "Amigo, pede minha expulsão! Aqui não tem clima mais com vcs!!". O parlamentar, antigo na sigla, ainda falou que é uma "tristeza vocês terem vindao pro PL".
André Fernandes (PL-CE), um dos mais radicais, indagou: "Vocês quem?". E leu de Gurgel: "Vc, amigo, é um deles, pede expulsão, não respeita! Preferia vc em outro partido".
Fernandes rebate: " Não me chame de amigo. Não lhe dei essa liberdade". Com os ânimos exaltados, Cortês bloqueou novas mensagens e pôs fim à discussão.