A juíza Gabriela Hardt, sucessora do ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR), resolveu se declarar suspeita para julgar o ex-deputado estadual Tony Garcia, um dos delatores da Operação Lava Jato.
Para justificar sua decisão ela alegou que ingressou no Ministério Público Federal (MPF) com uma ação contra Garcia, por suposto crime contra a honra. O ex-deputado acusou Moro de ter interferido para afastar o juiz Eduardo Appio dos processos da Lava Jato e mencionou a juíza ao fazer a revelação.
Te podría interesar
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
“Acredito que ela usou de um expediente (processo contra a honra) para sair dos holofotes nacionais que se viraram para ela diante de tantas arbitrariedades. Eu recebo isso com satisfação, pois em momento algum ofendi a honra dela”, declarou Garcia.
Te podría interesar
O ex-deputado afirmou que Moro atuou para afastar Appio por medo de que o juiz continuasse a investigar denúncias feitas contra Gabriela Hardt. Segundo Garcioa, as acusações se referem à época em que trabalhou como “agente infiltrado” para a força-tarefa.
“Eles me amarraram nesse acordo durante dez anos. Eles ficaram me usando para obter informações, usaram informações para perseguir o PT, usaram da minha amizade com o Eduardo Cunha para eu colher informações de operadores do PT, operadores da Petrobrás, operadores do Zé Dirceu, de tudo, eles queriam pegar tudo”, ressaltou Garcia, em entrevista à CNN Brasil.
O ex-deputado contou que levou a denúncia para a juíza em 2021, depois de pedir uma audiência com ela. “Eu falei que eu era agente infiltrado, que eu recebia as ordens diretas do Moro, que ele pedia para eu ir sem advogado. Eu fui 40 vezes ao MPF, fiquei trabalhando para eles, me fizeram de funcionário”.
“Gabriela Hardt passou por cima de tudo”, diz Garcia
Garcia disse, ainda, que Gabriela Hardt “passou por cima de tudo” e Appio teria submetido as informações ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Aí o Moro entrou em cena logo para abafar isso daí, para tirar o Appio. Porque ele achava que o doutor Appio era a pessoa que ia dar continuidade, ia tirar esse esqueleto do armário”, acrescentou o ex-deputado.