Terceiro ministro a argumentar, Floriano Azevedo Marques seguiu o relator Benedito Gonçalves e votou pela perda de direitos políticos de Jair Bolsonaro (PL). Com o voto, o placar está em 2 a 1 pela inelegibilidade do ex-presidente.
"Para mim o abuso e o desvio da autoridade estão claros", disse o ministro antes de concluir o voto, respondendo aos argumentos da defesa do ex-presidente.
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Marques apontou que a reunião foi feita de forma improvisada e o discurso de Bolsonaro teve "claro objetivo eleitoral".
"Se aproximou muito de um discurso de comício em praça do interior", argumentou o ministro, que acatou a inclusão da minuta golpista na ação processual.
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Antes dele, Raul Araújo frustrou parte de apoiadores de Bolsonaro ao não pedir vistas, mas julgou improcedente a ação movida pelo PDT, que pede a condenação do ex-presidente por abuso de poder e uso dos meios de comunicação governamentais na reunião golpista com com embaixadores.
"Fato que é que a intensidade do comportamento concretamente imputado à reunião do dia 18 de julho de 22 e o conteúdo discurso não foi tamanha a ponto de justificar a medida extrema da inelegibilidade, Especulações e ilações outras, repita-se, não são suficientes para construir um ditame causal e a qualificação jurídica do ato abusico, razão pela qual o comportamento contestado, apreciado em si mesmo, como acima feito, leva à inescapável conclusão pela ausência de gravidade suficiente. Com todo expostos, rogando vênia por esse demorado voto e também vênias dos desentendimentos contrários em particular do eminente relator ministro Benedito Gonçalves, julgo improcedente o pedido".
Apesar de constatar que a reunião com embaixadores teve conotação eleitoral, com a divulgação de "fatos sabidamente inverídicos", mas disse que o fato de Bolsonaro expor seu descontentamento sobre temas como voto impresso, ele seria "livre para duvidar".
"Numa democracia não há de ter limites ao direito fundamental à dúvida. Cada cidadão é livre para duvidar", disse Araújo.
Logo no início da argumentação de seu voto, Araújo divergiu do relator, o ministro-corregedor Benedito Gonçalves, e acolhiu a tese da defesa de Bolsonaro sobre o uso da minuta do golpe, encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres, no processo, afirmando que o "tema persiste aberto à discussão".
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