Gustavo Gayer - O Brasil está emburrecido. Aí você pega e dá um título de eleitor para um monte de gente emburrecida.
Rodrigo Tiorró - Como é que você quer que a democracia dê certo?
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Gustavo Gayer - Não tem como.
Rodrigo Tiorró - Sabia que tem macaco com QI de 90? O QI na África é de 72. Não dá para a gente esperar alguma coisa da nossa população.
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Gustavo Gayer - Sim, eu vi isso aí.
Rodrigo Tiorró - O QI na África é de 72. Não dá para a gente esperar alguma coisa da nossa população.
Gustavo Gayer - Aí você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo [simula aplausos]. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à presidência e o povo burro: "êeee, picanha, cerveja!" [simula aplausos novamente].
Esse diálogo profundamente racista ocorreu entre o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) e o apresentador do podcast "3 Irmãos", Rodrigo Tiorró.
Em outro trecho da entrevista, Gustavo Gayer afirma que o movimento feminista "é um câncer na sociedade" e que promove a promiscuidade.
Quem é Gustavo Gayer?
Gustavo Gayer é professor e se autodeclara "influencer e youtuber". Ele se tornou uma figura conhecida a partir de 2020 quando, alinhado ao bolsonarismo, começou a usar as redes sociais para promover ideais da extrema direita e disseminar fake news contra as medidas sanitárias de combate ao coronavírus.
Nas eleições de 2022, ele foi o segundo candidato a deputado federal mais votado de Goiás.
Em fevereiro deste ano, Gayer foi condenado por divulgar informações falsas sobre as medidas tomadas pela prefeitura de Goiânia no combate à Covid-19.
O parlamentar foi condenado a publicar um vídeo em que admite ter espalhado mentiras sobre a pandemia, no entanto, ele recorreu da decisão.
Ataque à democracia
O deputado Gustavo Gayer também está sendo investigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por atacar o sistema eleitoral e o Estado democrático de Direito.
Um documento assinado pelo corregedor-eleitoral do TSE, Benedito Gonçalves, determina que Gayer e outros aliados do ex-presidente Bolsonaro sejam investigados por atacar as eleições e abusar do poder político.
Para o corregedor-eleitoral do TSE, Gayer e outros aliados de Bolsonaro "usam as redes sociais para propagar a narrativa de que o sistema eleitoral brasileiro seria inseguro e manipulável" e que os investigados abusam do poder político "para manutenção desse poder ao custo da eliminação do jogo democrático".