A atuação da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para desmontar o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, foi o tempo todo limitada pela Forças Armadas. A afirmação foi feita pelo coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da PMDF, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas nesta segunda-feira (26).
O coronel recebeu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer em silêncio em relação a questões que podem levar à autoincriminação e apresentou um atestado de depressão buscando ser dispensado de comparecer à comissão. No entanto, a secretaria do colegiado solicitou uma reavaliação do laudo pela junta médica do Senado Federal.
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O coronel passou pela avaliação médica e garantiu que, independentemente do laudo, iria depor na comissão que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.
Naime iniciou seu depoimento mencionando que não está em plenas condições físicas e afirmou estar preso há cinco meses sem saber o motivo. Ele lembrou que estava de licença quando foi chamado para conter as ações golpistas. Segundo o coronel, sua condição de preso o impediu de acompanhar o andamento das investigações.
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“Hoje, mesmo numa condição mental não muito favorável, eu resolvi vir aqui em respeito à vossa excelência, em respeito ao Congresso Nacional, Casa que eu sempre defendi, que eu sempre operei e sempre estive presente das maiores operações com esta Casa, defendendo o Estado Democrático de Direito”, disse Naime ao presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA).
O coronel também relatou que, durante o governo Bolsonaro, foi impedido pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de escoltar manifestantes que iriam ao Palácio da Alvorada se encontrar com o então presidente, em dezembro de 2022. Segundo Naime, quando chegou ao local, os manifestantes já estavam conversando com o chefe do Executivo federal.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou parcialmente que Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da PMDF, permaneça em silêncio em questões que possam levá-lo à autoincriminação na CPI. O depoimento do coronel Naime está marcado para ocorrer na segunda-feira (26/6), às 14h. A decisão acatou parcialmente o pedido da defesa do coronel, visando evitar constrangimentos por parte dos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.
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