O senador Marcos do Val (Podemos-ES) informou através de sua assessoria de imprensa, nesta quarta-feira (21), que pediu licença de seu mandato no Senado por 115 dias por orientação médica. Desta maneira, ele ficará de fora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado no Brasil, a CPMI dos Atos Golpistas, sendo substituído pelo senador Marcos Rogério (PL-RO).
Logo após a sessão da CPMI na terça-feira (20), Marcos do Val passou mal e precisou ser socorrido por profissionais de saúde do posto médico do Senado. Segundo parlamentares, o bolsonarista teria sido acometido por uma taquicardia. Após deixar o posto médico, visivelmente abatido, o senador disse que passou mal por conta de "pressão alta".
No comunicado em que informa sobre o pedido de licença, a assessoria de Marcos do Val informa ele "foi aconselhado pela junta médica a licenciar-se IMEDIATAMENTE das suas atividades parlamentares e cuidar de sua saúde".
Confira a íntegra da nota
"Na noite da terça-feira, 20 de junho, o senador Marcos do Val teve um mal-estar em seu gabinete e foi atendido pelo serviço médico do Senado Federal. Na ocasião, foi aconselhado pela junta médica a licenciar-se IMEDIATAMENTE das suas atividades parlamentares e cuidar de sua saúde. Enquanto o senador estiver licenciado, o seu gabinete continuará aberto e funcionando normalmente.
A sua atuação combativa na CPMI dos atos de 8 de janeiro também não será comprometida, pois a condição estabelecida pelo senador Marcos do Val para licenciar-se foi ser substituído como titular pelo ilustre senador Marcos Rogério (PL-RO), que mesmo não sendo do seu partido, que é detentor da vaga na CPMI, é conhecido pela defesa dos ideais conservadores e do Brasil. O senador Marcos do Val não tem dúvidas de que a atuação do senador Marcos Rogério dará continuidade ao trabalho ferrenho que realizou para que a CPMI fosse, enfim, instalada.
O senador Marcos do Val buscará restabelecer a sua saúde o mais breve possível, para então voltar às suas atividades parlamentares com ânimo e combatividade renovados"
Questionado na CPMI
Marcos do Val passou mal após participação na CPMI dos Atos Golpistas, ocasião em que foi questionado por parlamentares sobre a operação deflagrada pela Polícia Federal contra ele na última semana.
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), por exemplo, pediu a substituição de Marcos do Val na CPMI pelo fato do senador responder a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Alvo da PF
A Polícia Federal deflagrou no dia 15 de junho uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a operação foi acompanhada, ainda, de ordem para que os perfis do bolsonarista nas redes sociais sejam bloqueados e para que ele preste depoimento.
A operação vem um dia após Marcos do Val sugerir impeachment de ministros do STF e dizer que Moraes encampa "ações inconstitucionais".
"Seguindo o que determina a constituição que cabe aos senadores, fiscalizar, afastar e até impeachmar ministros do STF. É notório em todos os meios jurídicos e entre e entre os magistrados, por todo o Brasil, as ações anticonstitucionais do ministro Alexandre de Moraes", havia postado o senador.
A PF solicitou autorização ao STF para deflagrar a operação contra Marcos do Val no âmbito de um processo em que ele seria acusado de obstrução de Justiça por tentar atrapalhar as investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. O senador é investigado, ainda, pelo crime de integrar organização criminosa, atentar contra o Estado Democrático de Direito e divulgar documentos sigilosos.