Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (23), o ex-ministro do Trabalho, das Comunicações, da Previdência Social Ricardo Berzoini (PT-SP) revelou como pode se dar a demissão de Roberto Campos Neto da direção do Banco Central.
A queda de Campos Neto se tornou exigência política do governo após a mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) manter a taxa básica de juros em 13,75% mesmo após as sinalizações positivas do governo com o arcabouço fiscal e com a redução da taxa de inflação.
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O deputado federal Lindbergh Farias (PT) protocolou um pedido ao Conselho Monetário Nacional (CMN) para que se avalie a saída de Campos Neto do cargo.
Berzoini, que já foi articulador político dos governos Lula e Dilma, deixou claro que a vitória contra Campos Neto é possível. "Está claro que é uma quebra de braço política", disse.
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"O governo tem que convocar o Conselho Monetário Nacional e com dois votos a um propor ao presidente que mande para o Senado a demissão do presidente da diretoria do Banco Central. Eu creio que haverá um 80% da população brasileira se o presidente Lula fizer isso", afirmou o petista.
Berzoini acredita que a votação positiva de Zanin pode servir de exemplo de que o governo conquistaria uma boa votação no Senado, e previu uma reação dos índices econômicos.
"É claro que o mercado vai ficar instável por alguns dias, vai subir a expectativa de juros e a bolsa vai cair, mas isso é coisa passageira. E que Lula nomeie uma diretoria efetivamente técnica, com um compromissão, que a variável do crescimento e a geração do emprego é tão importante quanto o controle da inflação", completou. "A previsão da inflação para esse ano é de 5,5%. Essa inflação de 5,5% pode ter um juro de 8%, que ainda é alto, considerando o spread bancário", sugeriu.
Confira a entrevista completa de Berzoini para o Fórum Onze e Meia desta sexta-feira: