EMBATE ECONÔMICO

Luiza Trajano e presidente da Fiesp enquadram Campos Neto: "é hora de baixar os juros"

A declaração faz parte de um documento produzido por economistas e empresários que compõem o "Conselho do Lula"

Luiza Trajano e presidente da Fiesp enquadram Campos Neto: "é hora de baixar os juros".Créditos: Reprodução redes sociais
Escrito en ECONOMIA el

Uma carta aberta assinada pela empresária Luiza Trajano, pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, e outros 49 membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, conhecido como "Conselhão do Lula", destaca o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e faz um apelo pela redução da taxa de juros.

No texto assinado pelos membros do Conselhão, é ressaltado que é o momento de diminuir as taxas de juros para estimular a atividade econômica, gerar empregos e renda. A carta enfatiza a necessidade de uma política monetária apropriada.

O documento apresenta críticas já conhecidas publicamente em relação ao BC por manter a taxa de juros e argumenta que é crucial reduzir a taxa Selic, pois, sem isso, o Brasil não conseguirá retomar o crescimento.

Além de Luiza Trajano e Josué Gomes (Fiesp), também assinam a carta o presidente da CUT, Sérgio Nobre, e Erai Maggi Scheffer, empresário do agronegócio.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta quarta-feira (21) para se decidir se mantém ou não a atual taxa de juros, que está em 13,75%. 
 

Luiza Trajano humilha Campos Neto durante encontro empresarial

A empresária e dona do Magazine Luiz, Luiza Trajano, impôs uma humilhação pública ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante encontro do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo, realizado nesta segunda-feira (12).

Durante sua fala, Luiza Trajano deu uma aula para Campos Neto sobre a importância do varejo para vários setores da economia brasileira. Além disso, Trajano ressaltou que "nem sempre um remédio amargo resolve a inflação".

"A nossa realidade é diferente. O varejo puxa tudo: a indústria, a construção, ele puxa tudo. Nós estamos tendo excesso de produtos. As indústrias não têm onde colocar. Nem sempre esse remédio amargo resolveu a inflação. Nós já tivemos muitos remédios amargos. Então, se eu estou defendendo [queda dos juros] é por causa da pequena e média empresa. Se o senhor olhar o balanço da nossa empresa, nós temos dívida a longo prazo... apesar de que o lucro, quando você considera os juros que temos... as despesas financeiras subiram para 32% para qualquer um de nós", explicou Trajano.

Em seguida, Luiza Trajano afirma que a queda de juros é uma demanda de todo o setor varejista e é aplaudida pelos presentes. "Ninguém aguenta isso. Vem o efeito Americana... durante a pandemia, o mercado vendeu muito, pós-pandemia é outra realidade. Então, eu queria te pedir: por favor, dê um sinal de abaixar esses juros. A pequena e média empresa não está aguentando mais. Estou te pedindo. Está todo mundo assim. [Se dirigindo ao público] Vocês aplaudem, porque nos bastidores todo mundo falou a mesma coisa, agora vocês falem isso", declarou Trajano sob aplausos.

Fortemente constrangido, Campos Neto começa a responder com a sua habitual fala repleta de termos técnicos, mas ele logo é interrompido por Luiza Trajano. "Eu quero te pedir, em nome dos brasileiros: você dá um sinal de abaixar esses juros. Mas não é 0,25%, que é muito pouco".

Enquadrado, Campos Neto ensaia uma nova resposta, mas é confrontado por Luiza Trajano. "Nós fazemos um pacto de não subir produto. Concordam, gente? Eles baixam os juros e nós fazemos um pacto", diz Trajano, que é interrompida por um assessor que fala algo sobre a agenda de Campos Neto. A empresária ironiza: "Na hora em que aperta, os assessores mandam recado", ironizou Trajano, levando o público aos risos.