A abertura dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas nesta quinta-feira (22) foi marcada por bate-boca entre governistas e bolsonaristas que se irritaram com o pedido de prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.
Um requerimento apresentado pela bancada do PSOL com informações obtidas ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL) mostrou que Vasques mentiu à Comissão ao falar sobre o envio de mais forças da PRF para o Nordeste. "Ele mentiu ou forjou dados, de acordo com a resposta do próprio Ministério da Justiça. Não tem nada a ver com a questão de processo, mas sim com o número de fiscalizações da Polícia Rodoviária Federal no Nordeste", explicou o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) ao apresentar o requerimento.
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O deputado Henrique Vieira também solicitou que a Comissão peça ao depoente, Silvinei Vasques, que explique por que os números apresentados por ele contradizem os números apresentados pelo Ministério da Justiça. Caso Silvinei não consiga explicar, uma notícia-crime contra ele seria apresentada pela CPMI. "Ele terá o direito ao contraditório e a se defender. O resumo é: ele mentiu", ressaltou Vieira.
A demanda foi aceita pela presidência da Comissão, que a repassou para a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a qual acatou o requerimento e incluirá no relatório final um pedido ao Ministério Público para que ofereça uma notícia-crime contra Silvinei Vasques.
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Indignado com o requerimento, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) resolveu tumultuar a sessão. "Silvinei Vasques ficou à nossa disposição. Agora, o colega do PSOL está trazendo um requerimento que já foi respondido no passado. O parlamentar [Henrique Vieira] deveria se preparar melhor e trazer o requerimento no momento oportuno [...] Vocês são corajosos para colocar o cara [Silvinei Vasques] na prisão? Vão lá então e prendam-no pessoalmente", provocou.
Em seguida, os parlamentares iniciaram uma discussão sobre a possibilidade de prisão em flagrante de um depoente na CPMI, no entanto, os ânimos se exaltaram e o debate descambou para baixaria. Confira abaixo: